Às vésperas de encontrar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Alasca, o ditador russo, Vladimir Putin, conversou por telefone nesta terça-feira (12) com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, para reforçar a cooperação militar e política entre os dois regimes.
Segundo o Kremlin, Putin atualizou Kim sobre a preparação do encontro com Trump e reafirmou o “compromisso com o desenvolvimento das relações de amizade, boa vizinhança e cooperação” entre Moscou e Pyongyang.
Durante a ligação, Putin agradeceu o apoio militar norte-coreano à Rússia na guerra contra a Ucrânia, elogiando “a bravura, o heroísmo e o espírito de sacrifício demonstrados pelo pessoal do Exército Popular da Coreia” na chamada “libertação” da região russa de Kursk, segundo relato da agência estatal KCNA. De acordo com a inteligência sul-coreana, mais de 10 mil soldados norte-coreanos já foram enviados para combater ao lado das tropas russas, e um novo contingente estaria sendo preparado.
A conversa entre os dois líderes ocorreu em meio a avanços militares recentes da Rússia no leste da Ucrânia. Moscou registrou uma ofensiva repentina na região de Donetsk, conquistando cerca de 10 quilômetros em torno da cidade de Dobropillya em poucos dias. A movimentação aumenta a pressão sobre Kiev, que segue rejeitando qualquer cessão de território – posição reiterada pelo presidente Volodymyr Zelensky antes do encontro entre Trump e Putin.
A aliança entre Rússia e Coreia do Norte se aprofundou desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, marcada por isolamento diplomático e sanções econômicas contra Moscou. Além de tropas, Pyongyang forneceu mísseis, projéteis de artilharia e trabalhadores para a Rússia, suprindo a falta de mão de obra causada pelas baixas no front e pela fuga de cidadãos russos para evitar o recrutamento.
Putin e Trump se encontrarão na sexta-feira (15) no Alasca, no primeiro encontro presencial entre líderes dos dois países em quatro anos. A expectativa é que a guerra na Ucrânia e questões de segurança global dominem a pauta, com o Kremlin já sinalizando que busca garantias de segurança e um cessar-fogo que preserve territórios atualmente sob controle russo.
Fonte: Gazeta