Um encontro virtual nesta quarta-feira (13), convocado pelo chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz, reuniu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, líderes europeus, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para alinhar posições às vésperas da cúpula entre Trump e o ditador Vladimir Putin, marcada para ocorrer nesta sexta-feira (15) no Alasca. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também participou do encontro a partir de Berlim, onde se encontrou pessoalmente com Merz.
Segundo Merz, o objetivo do encontro foi preparar terreno para que a reunião no Alasca “vá na direção certa”.
“Queremos que o presidente Trump tenha sucesso na sexta-feira”, afirmou o chanceler em coletiva após a reunião. Merz estava ao lado de Zelensky, que, por sua vez, declarou esperar que a reunião no Alasca resulte em um cessar-fogo.
“Conversamos sobre a reunião no Alasca e esperamos que haja um cessar-fogo lá”, afirmou o líder ucraniano. Ele destacou que “Putin não conseguirá enganar ninguém” e que é preciso “pressão para alcançar a paz”, reiterando que o ditador russo “quer ocupar toda a Ucrânia” e “não quer a paz”.
O presidente ucraniano também rejeitou qualquer negociação que envolva cessão de território, lembrando que sua posição é respaldada pela Constituição do país. “Temos uma Constituição. É o nosso fundamento. E a Constituição não mudou e eu não posso mudar a Constituição. Eu sou o fiador da Constituição”, disse.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que Trump foi “muito claro” no encontro de hoje ao afirmar que sua prioridade na conversa com Putin será conseguir um cessar-fogo. “Apoiamos essa iniciativa”, declarou o líder francês.
Macron relatou que o presidente americano também concordou que questões territoriais envolvendo a Ucrânia “não podem e não serão negociadas sem a Ucrânia e o seu presidente” e indicou que os Estados Unidos estão dispostos a oferecer garantias de segurança ao país em caso de um acordo de paz.
Macron acrescentou que Trump disse na conversa que pretende viabilizar uma reunião trilateral com Putin e Zelensky.
“Esperamos que possa ser realizada na Europa, em um país neutro, aceitável para todas as partes”, afirmou o francês, que minimizou a ausência europeia no encontro do Alasca, classificando como “natural” que EUA e Rússia se reúnam.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, descreveu a conversa realizada nesta quarta como “ótima” e afirmou que os aliados ocidentais estão unidos em busca de “uma paz justa e duradoura” para a Ucrânia.
“A bola agora está no campo de Putin”, declarou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a reunião fortaleceu “a base comum” entre Europa, Estados Unidos e Otan para apoiar Kiev. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, desejou “grande sucesso” ao encontro de sexta-feira para “alcançar um cessar-fogo e abrir caminho para a paz”.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, ressaltou que a Ucrânia precisa neste momento de “garantias de segurança robustas e credíveis” em qualquer acordo, afirmando que as fronteiras internacionais “não podem ser alteradas pela força”. Londres também agradeceu a Trump “por seus esforços para levar Putin à mesa de negociações e encerrar o derramamento de sangue”.
Fonte: Gazeta