O COGAT, órgão militar israelense que administra assuntos civis nos territórios palestinos, voltou a afirmar nesta terça-feira (12) que o grupo terrorista Hamas tenta “amplificar a narrativa da fome em Gaza” ao incluir entre os mortos por desnutrição “pacientes com doenças graves”.
“Apesar da suposta alta taxa de mortes em julho, o Ministério da Saúde do Hamas não publicou a identidade dos falecidos como fez no passado”, afirma o comunicado do COGAT. “Essa discrepância entre as informações numéricas e as publicações [de nomes] individuais levanta dúvidas sobre sua credibilidade.”
As Forças de Defesa de Israel (FDI), disseram que iniciaram uma investigação “aprofundada” sobre o caso.
“A análise caso a caso das mortes divulgadas mostra que a maioria dos que supostamente morreram por desnutrição tinha condições médicas prévias que levaram a uma deterioração de sua saúde não relacionada ao seu estado nutricional”, disse as FDI.
O COGAT usou como exemplo o caso de Abdullah Hani Muhammad Abu Zarqa, um menino de cerca de 4 anos cujas imagens foram divulgadas por alguns veículos de imprensa, que afirmavam que seus problemas de saúde eram causados pela fome.
O comunicado militar divulgou um suposto documento do hospital Nasser, em Khan Yunis [cidade ao sul de Gaza], que aponta que o menor sofria de raquitismo hipocalcêmico resistente à vitamina D, “uma doença genética que causa deficiências de vitaminas e minerais, osteoporose e enfraquecimento ósseo”.
Nas últimas semanas, Israel garantiu que outros menores apresentados como casos extremos de desnutrição, como Mohamed Motawaq (capa do “The New York Times”) e Osama al Raqab (cuja fotografia abriu o “Il Fatto Quotidiano”), entre outros, tinham doenças prévias.
O New York Times chegou a fazer uma retratação apontando que: “recentemente, publicamos uma reportagem sobre os civis mais vulneráveis de Gaza, incluindo Mohammed Zakaria al-Mutawaq, que tem cerca de 18 meses de idade e sofre de desnutrição severa. Desde então, obtivemos novas informações, incluindo dados do hospital que o atendeu e seus registros médicos, e atualizamos nossa reportagem para incluir contexto sobre problemas de saúde preexistentes”, disseram, em nota divulgada pela assessoria do jornal no X.
O COGAT afirma que uma média de cerca de 270 caminhões por dia entrou em Gaza na última semana, embora agências da ONU insistam que são necessários entre 500 e 600 por dia para abastecer a população.
Fonte: Gazeta