A morte nesta segunda-feira (11) do senador de direita pré-candidato à presidência da Colômbia, Miguel Uribe Turbay, baleado há dois meses e que estava hospitalizado desde então, gerou ampla comoção entre seus aliados políticos, assim como condolências de forças políticas internacionais e do atual presidente colombiano, Gustavo Petro.
O atual mandatário da Colômbia definiu a morte de Uribe como “uma derrota” para o país.
“Por isso estamos tristes, nos dói a morte de Miguel, como se fosse um dos nossos. É uma derrota. Cada vez que um colombiano é assassinado, é uma derrota da Colômbia e da vida. Por isso o que resta é o luto e seguir em frente”, escreveu o presidente no X.
Petro disse ainda que “a vida está acima de qualquer ideologia” e lamentou que “em um governo progressista, amante da vida”, tenha “ocorrido um atentado com trágico final contra um senador da oposição”.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, se disse “entristecido” pela morte do senador e prestou condolência em nome dos americanos.
“Muito entristecido ao saber da trágica morte do senador colombiano Miguel Uribe Turbay. Os Estados Unidos se solidarizam com sua família, com o povo colombiano, e exigem junto com eles justiça para os responsáveis”, escreveu Rubio no X.
O ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, ex-presidente conservador entre os anos de 2002 e 2010, escreveu: “O mal destrói tudo; matou a esperança. Que a luta de Miguel seja uma luz que ilumine o caminho da Colômbia”.
Já María Carolina Hoyos, irmã de Miguel Uribe Turbay, fez um texto de despedida nas redes sociais: “Miguel guerreiro, esta foi a vontade de Deus. Não encontro explicações, mas não me resta outra opção a não ser assumir essa nova dor com fé”.
“Tenho certeza de que nossa mãe, que tanto te ama, te recebe hoje de braços abertos. Mamãe… nossa avó, nossa mãe da vida, também está te esperando com ternura infinita”, escreveu.
“Com o coração partido, mas agarrada à minha fé, me atrevo a te dizer o que jamais imaginei… Pensei que você se despediria de mim, era o lógico. Voe alto, Miguel do meu coração, e descanse em paz”, acrescentou.
A irmã do senador agradeceu aos médicos e enfermeiros que atenderam o senador no tempo em que esteve internado.
Em nota, o governo brasileiro também lamentou a morte do político colombiano.
“Ao reiterar repúdio veemente a qualquer forma de violência política, o governo brasileiro transmite sinceras condolências à família do Senador e manifesta solidariedade ao Governo e ao povo da Colômbia”, disse o Itamaraty.
Por parte do Centro Democrático, partido de Uribe, a presidente da sigla, María Fernanda Cabal, destacou que o senador foi um “homem íntegro, com todas as habilidades e o comprometimento necessários para ajudar a construir um país melhor”.
“É com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento do nosso colega e pré-candidato Miguel Uribe, após dois meses de corajosa luta por sua vida. Meu coração e orações estão com sua família e entes queridos. Que Deus lhes dê força neste momento de imensa tristeza”, afirmou.
“Miguel, seu exemplo será a força motriz da minha luta incansável pela Colômbia”, completou Cabal.
Outros políticos colombianos, como o prefeito da cidade de Cali, Alejandro Eder, cobraram respostas.
“A lamentável morte do senador Miguel Uribe Turbay deve unir o país em torno da vida, da democracia e da paz. As autoridades têm a obrigação de solucionar esse crime e encontrar os autores intelectuais e executores do assassinato”, escreveu Alejandro Eder.
Uribe Turbay, de 39 anos, foi baleado durante um comício. O senador foi alvejado com dois tiros na cabeça e permaneceu hospitalizado em estado crítico até sua morte nesta madrugada.
Filho da jornalista Diana Turbay, assassinada em 1991 durante uma tentativa malsucedida de resgaste após sequestro atribuído a membros do Cartel de Medellín, e neto do ex-presidente liberal Julio César Turbay Ayala (1978-1982), Miguel Uribe era pré-candidato às eleições presidenciais de 2026.
O legislador foi vereador e secretário de governo de Bogotá, e em 2022 chegou ao Senado com a maior votação obtida nos pleitos parlamentares pelo partido opositor Centro Democrático, a legenda liderada pelo ex-presidente Álvaro Uribe, de quem não era parente.
Fonte: Gazeta