Os líderes do Azerbaijão e da Armênia assinaram nesta sexta-feira (8), na Casa Branca, um acordo de paz histórico mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, encerrando mais de 30 anos de conflito entre os dois países. A cerimônia, que também incluiu a assinatura de tratados econômicos bilaterais com Washington, marcou a primeira resolução de um conflito próximo à Rússia desde o fim da Guerra Fria, segundo a agência Reuters.
Ao lado do primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, e do ditador do Azerbaijão, Ilham Aliyev, Trump destacou que “há mais de 35 anos, Armênia e Azerbaijão lutaram um amargo conflito que resultou em tremendo sofrimento. Muitos tentaram encontrar uma solução e não tiveram sucesso. Com este acordo, finalmente conseguimos fazer a paz”.
Pashinyan afirmou que o momento representa “um marco significativo” para a história das duas nações. “Estamos lançando as bases para escrever uma história melhor do que a que tivemos no passado. Este avanço simplesmente não teria sido possível sem o envolvimento pessoal do presidente Trump”, disse o líder armênio.
Aliyev, que governa o Azerbaijão desde 2003, também agradeceu diretamente ao presidente americano. “Vamos virar a página do confronto, da oposição e do derramamento de sangue. Estou muito feliz porque hoje estamos escrevendo uma grande nova história. Sr. Presidente [Trump], obrigado pelo que está fazendo por nós, por nossa região e por todo o mundo”, declarou. O líder azerbaijano sugeriu a Pashinyan enviar um apelo conjunto ao Comitê Nobel norueguês para conceder a Trump o Prêmio Nobel da Paz.
“Este é um resultado tangível da liderança do presidente Trump, e ninguém poderia ter conseguido isso”, disse Aliyev.
Pashinyan apoiou a proposta: “Acho que o presidente Trump merece receber o Prêmio Nobel da Paz. Vamos promover isso. O evento de hoje é uma expressão muito clara disso”.
Segundo informações, o acordo prevê, além da paz formal, a abertura da chamada “Trump Route for International Peace and Prosperity” (Rota Trump para a Paz e Prosperidade Internacional), um corredor estratégico localizado no Cáucaso Sul, que dará aos EUA direitos exclusivos de desenvolvimento econômico. Segundo autoridades americanas, o projeto – também chamado de TRIPP — permitirá “conectividade sem impedimentos” entre os dois países, facilitando o comércio, o transporte de energia e a integração de tecnologias, incluindo inteligência artificial.
Trump anunciou que as restrições à cooperação de defesa entre os EUA e o Azerbaijão serão suspensas e que Washington firmará acordos separados com cada país nas áreas de energia, tecnologia, comércio, segurança de fronteiras e infraestrutura.
“Como presidente, minha maior aspiração é trazer paz e estabilidade ao mundo. A assinatura de hoje se soma ao nosso sucesso com Índia e Paquistão, Congo e Ruanda e, recentemente, Tailândia e Camboja. Salvamos muitas vidas”, afirmou o líder americano.
De acordo com a Reuters, ao menos nove empresas, incluindo três norte-americanas, já demonstraram interesse em operar no novo corredor. Um alto funcionário do governo americano afirmou à agência que “os perdedores aqui são China, Rússia e Irã. Os vencedores são o Ocidente. É a primeira declaração de paz assinada bilateralmente entre esses dois países desde o fim da Guerra Fria”.
O conflito entre Armênia e Azerbaijão remonta ao fim da década de 1980, quando a região de Nagorno-Karabakh — então parte do Azerbaijão soviético, mas de maioria armênia — declarou independência com apoio de Ierevan. Em 2023, Baku retomou totalmente o controle da área em uma ofensiva militar, o que levou cerca de 100 mil armênios a deixarem o território.
O governo Trump classificou o acordo de paz como um sinal de que a região se tornará “mais segura e próspera” sob a nova parceria. O governo americano ressaltou que o acordo foi alcançado “não pela força, mas por meio de parceria comercial”, e que serve como exemplo de “diplomacia forte” liderada por Washington.
Fonte: Gazeta