O presidente de Israel, Isaac Herzog, disse nesta quarta-feira (6) que o ataque a Israel cometido pelo grupo terrorista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023 invalidou a ideia de dois Estados como solução para a disputa no Oriente Médio.
“Em primeiro lugar, o dia 7 de outubro foi um ponto de virada na história da região e foi um grande retrocesso no pensamento israelense sobre a possibilidade de uma solução de dois Estados. Porque você pode ter acordos em uma fronteira reconhecida internacionalmente e um dia uma organização terrorista cruzá-la e massacrar, estuprar, queimar e fazer reféns”, disse Herzog, em visita à Estônia, em uma entrevista coletiva.
“Toda a ideia de uma solução de dois Estados é fútil neste momento, é contrária a toda a noção de paz, não ajudará um único palestino, frustrará ainda mais as pessoas e será vista como uma recompensa para o terrorismo”, acrescentou.
Já o presidente da Estônia, Alar Karis, que acompanhou Herzog na coletiva, disse que a situação humanitária na Faixa de Gaza é “catastrófica” e “profundamente preocupante” e que o preço do combate ao terrorismo não pode ser a morte de civis.
Com relação ao reconhecimento de um Estado palestino, Karis destacou que a posição oficial da Estônia é esperar e trabalhar para uma solução de dois Estados, algo que, segundo ele, não acontecerá da noite para o dia.
Herzog também denunciou a ameaça que o Irã representa para Israel e para a Europa, lembrando que, há dois meses, Teerã bombardeou e danificou gravemente um instituto de pesquisa de câncer em Israel como parte da retaliação ao ataque de Israel ao programa nuclear iraniano.
Além disso, o presidente israelense reiterou suas alegações de que a ONU está atrasando a distribuição de grandes volumes de ajuda humanitária que Israel permitiu entrar em Gaza.
“A ONU está atrasando centenas de caminhões, quase 800 [com ajuda] que a ONU poderia distribuir, e não está distribuindo”, afirmou.
Herzog também criticou a imprensa por, segundo ele, distorcer o papel de Israel e divulgar o que chamou de acusações “falsas”.
“Normalmente, ignoram completamente a óbvia responsabilidade do Hamas pelo sofrimento dos moradores de Gaza”, argumentou.
Fonte: Gazeta