O ditador da Rússia, Vladimir Putin, rompeu o silêncio nesta sexta-feira (1º) e avaliou “positivamente” a terceira rodada de negociações de paz com a Ucrânia, mas não respondeu ao ultimato de dez dias que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lhe deu para encerrar a guerra.
“Em geral, avalio positivamente (a terceira rodada de Istambul). Como não se pode avaliar positivamente o fato de que centenas de pessoas tenham voltado para sua pátria?”, disse Putin à emissora de televisão pública russa em alusão à troca de prisioneiros de guerra pactuada com Kiev, durante sua visita ao mosteiro de Valaam, no noroeste da Rússia.
Putin, que não faz nenhuma referência ao ultimato de Trump desde 14 de julho, disse que Kiev reagiu positivamente à proposta russa de criar três grupos de trabalho político, militar e humanitário que operariam pela internet.
“Precisamos de uma paz duradoura e sólida com uma boa base que satisfaça a Rússia e a Ucrânia, e que garanta a segurança de ambos os países”, declarou o ditador, expressando sua confiança de que esses grupos comecem a trabalhar o quanto antes, longe das câmeras.
Ao mesmo tempo, Putin se referiu a supostas declarações do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que não vale a pena conversar com Moscou e que é preciso esperar que “haja uma mudança de regime”.
“Em princípio, é possível esperar. Se os dirigentes da Ucrânia consideram que agora não é o momento e que agora é preciso esperar. O que vocês disserem, estamos dispostos a esperar”, afirmou.
Putin fala em avanço militar na Ucrânia
Quanto à situação na frente de batalha, insistiu que as tropas russas avançam “em toda a linha de frente, em toda, também na zona fronteiriça e em Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhya e Kherson”.
Além disso, falou da tomada “há vários dias” do estratégico bastião de Chasiv Yar em Donetsk, o que foi categoricamente negado por Zelensky.
Acompanhando Putin na visita ao mosteiro, o ditador de Belarus, Aleksandr Lukashenko, por sua vez, comentou o ultimato de Trump, a quem recomendou que “se quer a paz, deve andar com cautela ao se somar ao acordo. Dar ordens não funciona”.
Trump informou nesta quinta-feira (31) que seu enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, viajará à Rússia para consultas com os dirigentes russos, após sua visita nesta sexta-feira à Faixa de Gaza.
Trump reduziu nesta semana para dez dias o prazo que o Kremlin tem para cessar as hostilidades na Ucrânia, sob pena de sanções e tarifas secundárias. O prazo vence em 7 de agosto.
Fonte: Gazeta