A líder conservadora britânica Kemi Badenoch afirmou que o presidente da Argentina, Javier Milei, seria uma referência para seu eventual governo. Segundo declarou ao Financial Times, o estilo firme e liberal do argentino serviria como “modelo” para seu programa político.
De acordo com o jornal The Guardian, ao ser questionada se o Reino Unido precisava de Milei — conhecido pelo perfil antissistema e por carregar simbolicamente uma motosserra como sinal de corte de gastos —, ela respondeu de forma direta: “Sim e sim”.
Milei chegou ao poder em 2023 prometendo enxugar drasticamente o tamanho do Estado argentino. Em sua avaliação, Badenoch acredita que pode seguir um caminho semelhante, propondo reformas profundas no setor público.
Apesar de o Partido Conservador aparecer em terceiro lugar nas pesquisas das eleições 2026, atrás do Reform UK de Nigel Farage, Badenoch declarou que os conservadores devem oferecer esperança ao eleitorado e não apenas absorver frustrações. Ainda segundo o The Guardian, ela reconheceu que o público britânico ainda “não está pronto para perdoar” os erros recentes do partido, e que Farage estaria “roubando o oxigênio de todos”.
Ela acusou o líder do Reform UK de posicionar sua legenda “à esquerda dos conservadores” em temas como benefícios sociais, e afirmou que o desgaste com “as besteiras de Farage” logo cansaria o eleitor.
Pressionada a detalhar seu programa de governo, Badenoch frisou que sua proposta “não se trata de cortar gastos do Estado”, mas de avaliar o papel e a função real das instituições públicas. Rejeitou também a possibilidade de enfrentar um desafio interno de liderança, afirmando: “Não posso passar o tempo todo me preocupando com regicídio. Eu perderia a cabeça.”
Badenoch afirmou que seu foco principal, neste momento, está voltado à economia. “As pessoas estão ouvindo mais sobre a economia porque estou sendo extremamente implacável na construção desse argumento específico, quase deixando todo o restante em segundo plano”, declarou, segundo o The Guardian.
Ainda assim, a expectativa é de que sua primeira conferência partidária como líder, marcada para outubro, seja dedicada à pauta migratória. Na ocasião, ela deve apresentar a posição definitiva do Partido Conservador quanto à permanência do Reino Unido na Convenção Europeia dos Direitos Humanos. No mês passado, Badenoch já havia sinalizado: está “cada vez mais convicta de que precisaremos sair”.
Fonte: Gazeta
