O governo dos Estados Unidos expressou forte rejeição à decisão anunciada por Emmanuel Macron de que a França reconhecerá oficialmente um Estado palestino na Assembleia Geral da ONU no próximo mês de setembro.
“Esta decisão irresponsável só serve à propaganda do Hamas e representa um retrocesso para a paz. É um tapa na cara das vítimas de 7 de outubro”, escreveu o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em sua conta oficial na rede social X.
O embaixador americano em Israel, Mike Huckabee, também criticou a medida em tom de ironia, sugerindo que a França oferecesse parte de seu território para os palestinos.
Ele escreveu no X: “A ‘declaração’ unilateral de Macron sobre um ‘Estado palestino’ não disse ONDE ele seria. Agora posso revelar com exclusividade que a França vai oferecer a Riviera Francesa, e a nova nação se chamará ‘França-lestina'”, disse Huckabee nesta sexta-feira (25).
O anúncio de Macron aconteceu poucos dias antes da conferência que será realizada em Nova York, na próxima semana, focada em promover a solução de dois Estados, um palestino e um israelense, para o conflito do Oriente Médio, e sob a presidência conjunta de França e Arábia Saudita.
O presidente francês anunciou que o país considerará o Estado palestino em uma carta ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. “Fiel ao seu compromisso histórico com uma paz justa e firmeza no Oriente Médio, decidindo que a França reconheça o Estado da Palestina”, declarou Macron por meio de sua conta no X, na qual se refere à carta enviada ao dirigente palestino.
Hamas elogia anúncio de Macron e Israel emite dura declaração
Por meio de um comunicado na quinta-feira, o Hamas considerou o anúncio de Macron “um passo positivo na direção certa para alcançar a justiça para o povo palestino oprimido”.
Segundo o texto do grupo terrorista, a posição da França representa “um avanço político que reflete a crescente evidência internacional sobre a justiça da causa palestina e o fracasso da ocupação em sua tentativa de distorcer os fatos ou obstruir a vontade dos povos livres”. O grupo também pediu a todos os países do mundo que sigam o “exemplo” da França e reconheçam totalmente os direitos palestinos.
Em contrapartida, as declarações de Macron geraram um novo atrito com o governo israelense. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, condenou energicamente a decisão, dizendo que “um Estado contido nestas condições seria uma plataforma de lançamento para aniquilar Israel, não para viver em paz ao lado dele”.
Fonte: Gazeta