A Universidade Columbia anunciou que concorda em pagar uma multa de US$ 200 milhões (mais de R$ 1 bilhão) para encerrar a batalha com o governo de Donald Trump sobre antissemitismo.
Em comunicado enviado à imprensa americana, a entidade informou na quarta-feira (23) que esse pagamento faz parte de um acordo que lhe permitirá recuperar os subsídios e contratos que o governo cancelou alegando “sua passividade diante do assédio persistente de estudantes judeus”.
A presidente interina da universidade, Claire Shipman, disse que essa resolução “representa um importante passo adiante após um período de constante escrutínio federal e incerteza institucional”.
“O acordo foi cuidadosamente elaborado para proteger os valores que nos definem e para permitir que nossa importante colaboração em pesquisa com o governo federal seja retomada”, disse ela em uma declaração relatada pelo jornal The New York Times.
Denúncias de antissemitismo começaram a aparecer em Columbia e em outras universidades dos EUA logo após 7 de outubro de 2023, data em que o Hamas lançou o pior ataque terrorista da história de Israel.
A guerra subsequente de Israel contra o grupo palestino provocou manifestações anti-Israel que não eram vistas nas universidades há meio século, com a Universidade Columbia na vanguarda.
O acordo resolve investigações abertas sobre direitos civis na universidade e, de acordo com Times, será supervisionado por um monitor independente acordado por ambas as partes, que informará o governo sobre o progresso a cada seis meses.
A Columbia também pagará US$ 21 milhões para resolver as investigações iniciadas pela Comissão para Iguadade de Oportunidades de Emprego dos EUA.
De acordo com Shipman, o acordo restaura a maioria dos US$ 400 milhões em financiamento federal de pesquisa que foram suspensos pelo governo, e retoma a colaboração da universidade com o governo federal.
“É importante ressaltar que o acordo preserva a autonomia e a autoridade da Columbia na contratação de professores, admissões e tomada de decisões acadêmicas”, acrescentou a presidente interina.
Quando o governo Trump retirou US$ 400 milhões em financiamento em março, os serviços administrativos gerais disseram que a Columbia tinha US$ 5 bilhões em compromissos federais à época e que o cancelamento era apenas “a primeira onda de ações”.
Shipman disse que o acordo lhe dá acesso à “grande maioria” dos US$ 400 milhões, ao mesmo tempo em que “preserva a autonomia e a autoridade da Columbia na contratação de professores, admissões e tomada de decisões acadêmicas”.
O Times observou que a universidade se comprometeu a cumprir as leis que proíbem a consideração de raça nas admissões e contratações, e a honrar outros compromissos para combater o antissemitismo e a agitação no campus, acordados em março.
O jornal americano apontou ainda que Columbia é a primeira universidade a chegar a um acordo negociado sobre as acusações de antissemitismo. Harvard, que levou os cortes ao tribunal, também negocia o retorno das verbas.
Fonte: Gazeta