A líder opositora María Corina Machado denunciou, nesta terça-feira (22), uma “brutal onda de repressão” na Venezuela com “mais de 20 desaparecidos e presos em 72 horas”, atribuída ao regime ditatorial de Nicolás Maduro, e afirmou que a justiça internacional “tem a obrigação de responsabilizar os autores”.
Por meio da rede social X, a ex-deputada compartilhou um comunicado denunciando “uma nova onda repressiva” desde a última sexta-feira, quando a Venezuela libertou um grupo de presos políticos e dez americanos, após a libertação dos 252 migrantes que estavam detidos em El Salvador.
Desde então, ela afirma que houve mais de 20 detenções, entre elas, de pessoas vinculadas à oposição majoritária, assim como de mesários das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, nas quais a Plataforma Unitária Democrática (PUD) antichavista denunciou como a “fraudulenta” a proclamada reeleição de Maduro. Na ocasião, a oposição disponibilizou num site cópias de atas de votação que comprovam que ganhou a eleição e que vários países, como Estados Unidos e Argentina, consideram que Edmundo González venceu a disputa.
“Este padrão, já reiterado, confirma a política da ‘porta giratória’, liberar seletivamente alguns para encarcerar outros. A repressão não cessa, apenas se redistribui”, diz o comunicado.
Além disso, Machado disse que a privação de liberdade continua sendo usada como “ferramenta de negociação política em meio a uma diplomacia de reféns e de castigos seletivos”.
“Reiteramos o apelo urgente à comunidade internacional para agir diante do que ocorre na Venezuela. A pressão externa tem sido chave para conter a perseguição no passado, mas já não é suficiente enquanto o problema de fundo persiste: mais de 900 pessoas continuam presas e desaparecidas por razões políticas”, acrescentou.
A oposição venezuelana considera que a comunidade internacional e os organismos de direitos humanos “devem elevar ainda mais suas ações para que o regime sinta o alto custo da repressão”.
“É indispensável que se utilizem todas as ferramentas disponíveis contra um aparato repressivo que já não hesita em perseguir, sequestrar, fazer desaparecer e torturar, fazendo saber aos autores que serão responsáveis por seus atos e que prestarão contas por seus crimes”, concluiu.
Fonte: Gazeta