O indicado do presidente americano, Donald Trump, para ser embaixador na Argentina, Peter Lamelas, afirmou, que se sua nomeação for aprovada pelo Senado americano — parte do rito necessário nos EUA —, buscará limitar a presença de regimes autoritários como “China, Irã, Nicarágua e Venezuela” na América Latina.
“Se confirmado, permanecerei firme contra a influência maligna de potências adversárias na região, sejam atores ambiciosos ou regimes autoritários como Cuba, Venezuela, Nicarágua, China, Irã e outros que buscam minar os valores democráticos. Acredito que nossa relação entre os Estados Unidos e a Argentina será um exemplo brilhante para o restante da América Latina”, afirmou Lamelas no Senado americano nesta terça-feira (22), segundo informações do site Infobae.
Em seu discurso, Lamelas afirmou que os Estados Unidos estão monitorando de perto a influência da China na América Latina , principalmente em setores estratégicos como energia, tecnologia e recursos minerais.
Ele destacou também que uma de suas funções como embaixador será combater a presença do Partido Comunista Chinês (PCC), garantindo que os investimentos e as práticas econômicas beneficiem principalmente as empresas americanas, limitando alianças com países que não compartilham os princípios ocidentais.
Lamelas destacou o papel da Argentina na América Latina e elogiou o presidente do país, Javier Milei.
“Uma Argentina forte, estável e próspera não beneficia apenas seus próprios cidadãos, mas também melhora a estabilidade regional, econômica e política”, disse.
Milei enxerga um papel vital em Washington e tem como referência geopolítica os Estados Unidos e Israel. Mesmo tendo uma boa relação com o presidente Donald Trump, nos dias atuais, o canal de comunicação da Argentina com a Casa Branca se dá através de Santiago Caputo, assessor do mandatário argentino.
Lamelas falou sobre a possibilidade de “criar oportunidades para empresas americanas” e que “cooperar em segurança, combater a corrupção e promover um clima favorável ao investimento empresarial americano é fundamental”.
“Trabalharei para fortalecer a segurança regional, a cooperação policial e o compartilhamento de inteligência para combater o tráfico de drogas e crimes transnacionais”, projetou.
Sobre as tarifas impostas pelo governo americano a países sul-americanos, Lamelas afirmou que pouco pode influenciar.
“Tenho muito pouco a ver com tarifas. Mas o que eu poderia fazer é reduzir as barreiras comerciais não tarifárias que existem atualmente: IVA, controles cambiais, atrasos portuários . Portanto, todos esses esforços que delineei — que melhorarão as relações entre os Estados Unidos e a Argentina e gradualmente expulsarão a China”, afirmou o indicado.
O futuro embaixador fez questão de dizer que Trump lhe pediu “para trabalhar com seu amigo Javier para construir um relacionamento ainda mais forte entre nossos dois países”.
“Juntos, alcançaremos uma grandeza sem precedentes”, acrescentou, observando que os Estados Unidos “podem aprender muito com Milei” e seu trabalho “para levar seu país adiante”.
Quando questionado por um dos senadores sobre as Ilhas Malvinas , ele enfatizou que “os Estados Unidos não reconhecem a soberania sobre as ilhas, nem da Argentina nem da Grã-Bretanha “.
“Reconhecemos a administração do povo britânico nas ilhas, mas mantemos uma posição de neutralidade em relação às ilhas”, afirmou.
Peter Lamelas é um médico cubano que vive nos Estados Unidos desde sua infância. À primeira vista, sua nomeação foi uma decisão surpreendente, em razão dele não ter formação diplomática nem experiência prévia em política externa, embora tenha laços com o Partido Republicano.
Fonte: Gazeta