Dezenas de manifestantes foram detidos neste sábado (19) em protestos realizados em diferentes cidades do Reino Unido em apoio à organização pró-Palestina Palestine Action, recentemente tornada ilegal pelo governo britânico. As manifestações ocorreram em cidades britânicas como Londres, Manchester, Bristol e Edimburgo (Escócia) como parte de uma campanha coordenada pela organização Defend Our Juries.
Na capital inglesa, os manifestantes exibiram cartazes com frases como “Contra o genocídio e em apoio a Palestine Action” antes de serem cercados por policiais perto da estátua de Mahatma Gandhi, na praça ao lado do parlamento britânico. A Polícia Metropolitana de Londres (Met Police) confirmou na rede social X, no início da tarde de sábado, que havia detido 55 pessoas sob a Lei de Terrorismo do ano 2000 por exibirem cartazes em favor do grupo pró-Palestina agora proscrito.
Pouco depois, as autoridades londrinas relataram a prisão de mais uma dezena de pessoas: oito por apoiar a Palestine Action, uma por um crime de ordem pública com agravante racial e outra por violar os termos da Lei de Ordem Pública. De acordo com as autoridades policiais de cada região, pelo menos 17 pessoas também foram detidas em Bristol, 16 em Manchester e outras oito em Truro (Cornualha) durante marchas a favor do grupo pró-Palestina.
No último dia 2 de julho, o Parlamento britânico votou a favor da ilegalização da Palestine Action e de sua categorização por lei como organização terrorista por suas ações “disruptivas”, como vandalizar dois aviões em uma base militar da Real Força Aérea britânica (RAF) ou bloquear a entrada da sede da empresa de defesa israelense Elbit Systems em Bristol (sudoeste da Inglaterra).
Essa proscrição implica que ser membro do grupo pró-Palestina, ou demonstrar apoio ao mesmo, agora é tipificado como um crime que pode levar a até 14 anos de prisão, sob a Lei de Terrorismo do ano 2000. Com o objetivo de mitigar as consequências do protesto, a Met Police distribuiu folhetos e emitiu mensagens nas telas das ruas que lembravam que “é crime apoiar uma organização proscrita” e que “cânticos ameaçadores ou abusivos podem levar a prisões”.
“Queremos que (a ministra do Interior britânica) Yvette Cooper revogue a proscrição da Palestine Action. Queremos que o governo tome medidas sobre o genocídio e pare de colaborar com o Estado de Israel na morte e no assassinato de bebês, mulheres, crianças e homens”, proferiu um dos manifestantes em Truro ao ser detido, segundo um vídeo publicado pela Defend Our Juries na rede social X.
Fonte: Gazeta