Os japoneses vão às urnas neste domingo (20) para votar nas eleições parlamentares parciais que devem decidir o futuro do atual primeiro-ministro Shigeru Ishiba e seu governo de coalizão, que tem sofrido com a impopularidade e com os resultados das pesquisas eleitorais das últimas semanas.
Ishiba, do Partido Liberal Democrata (PLD), está no cargo há pouco menos de um ano, e tem governado em minoria após perder o controle da Câmara Baixa no pleito de outubro de 2024. Nem o apoio do partido budista Komeito fez com o PLD — que tem dominado a política japonesa desde o fim da Segunda Guerra — “domasse” a instabilidade no governo japonês, amplificado com “crise do arroz”, causada pelas quebras de safra e pelo aumento vertiginoso do preço do condimento. A inflação também se mostra uma das principais preocupações dos eleitores japoneses.
Outro ponto de tensão no país deve-se ao anúncio das tarifas impostas pelos EUA ao Japão. A partir do dia 1º de agosto, os produtos japoneses com destino ao país da América do Norte serão taxados em 25%.
O que está em jogo
As eleições de 20 de julho renovarão praticamente metade das 248 cadeiras da Câmara Alta do Parlamento no Japão. O mandato dos novos representantes do Legislativo no país é de 6 anos, com eleições alternadas a cada três anos para cada metade da Casa.
Atualmente, o governo possui 140 assentos, e precisará ganhar — pelo menos — mais 50 posições das 125 em disputa para manter uma maioria simples e que garanta a governabilidade do atual primeiro-ministro Shigeru Ishiba.
Mas de acordo com as principais pesquisas de intenção de voto divulgadas nas últimas semanas, o PLD terá dificuldade para atingir esse número — o que traria tal instabilidade que Ishiba poderia renunciar até à liderança do partido.
Entre os principais oponentes de Ishiba nas eleições deste domingo estão o ex-primeiro ministro japonês e representante do Partido Democrático Constitucional do Japão (CDP), Yoshihiko Noda, e o nacionalista Sohei Kamiya, do partido Sanseito, que defende políticas anti-imigração e que ganhou popularidade no país com o slogan “Japoneses Primeiro”.
VEJA TAMBÉM:
- Pentágono exige posição de Japão e Austrália caso Taiwan seja invadido
- Não é só o Brasil: “Pix” indonésio também já esteve na mira de Trump
Fonte: Gazeta