O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ligou para o papa Leão XIV nesta sexta-feira (18), um dia após um ataque de Tel Aviv atingir a única igreja católica na Faixa de Gaza, deixando três mortos e vários feridos, alguns em estado grave. Durante a ligação, o pontífice fez novo apelo por um cessar-fogo e pela retomada das negociações de paz no Oriente Médio. A informação foi divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé nesta sexta-feira (18).
Segundo o comunicado, o papa conversou com Netanyahu direto da residência papal de verão em Castel Gandolfo. Durante o diálogo, o pontífice expressou profunda preocupação com a situação dramática enfrentada pela população civil em Gaza e com o agravamento da crise humanitária na região, sobretudo entre crianças, idosos e doentes.
O ataque contra a igreja, um dos poucos locais cristãos ainda em funcionamento no território palestino, acirrou ainda mais as tensões no conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que já se arrasta há mais de nove meses desde o brutal atentado de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando centenas. Em resposta, Israel lançou uma campanha militar massiva contra Gaza, com bombardeios, incursões terrestres e bloqueios.
Desde então, mais de 38 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. Israel argumenta que visa eliminar a infraestrutura do grupo extremista e resgatar os reféns ainda mantidos em cativeiro.
O papa Leão XIV reforçou o pedido urgente para que todos os locais de culto sejam respeitados e protegidos, independentemente da religião, e para que os fiéis e civis em geral, tanto palestinos quanto israelenses, sejam preservados da violência. O pontífice já vinha fazendo apelos recorrentes por uma trégua e por soluções diplomáticas desde o início do conflito.
O bombardeio da véspera reacendeu o debate sobre a proporcionalidade dos ataques e o risco de danos a instituições civis e religiosas. A Santa Sé reforça seu chamado à comunidade internacional para que não assista de braços cruzados ao que o papa classificou como uma “catástrofe humana e moral em curso”.
Fonte: Gazeta