O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (17) que vai processar o “The Wall Street Journal”, a News Corp — empresa proprietária do jornal — e e seu dono, Rupert Murdoch, pela divulgação do conteúdo “obsceno”: uma carta que o mandatário teria enviado anos atrás ao já falecido Jeffrey Epstein, empresário acusado de tráfico sexual de menores.
“O presidente Trump processará o The Wall Street Journal, a News Corp e Rupert Murdoch em breve. A imprensa tem que aprender a ser veraz e não confiar em fontes que provavelmente nem sequer existem”, escreveu Trump na Truth Social.
O político republicano assegurou que a suposta carta é falsa: “O presidente Trump já atingiu a “ABC”, o “60 Minutes”, da “CBS”, e outros, e espera processar e responsabilizar o grande Wall Street Journal”.
Ele afirmou, ainda, que o jornal “se tornou um trapo asqueroso e sujo” e que “escrever mentiras como esta mostra seu desespero para continuar sendo relevante”.
Trump faz referência a um artigo publicado pelo veículo no qual é revelado o conteúdo “obsceno” de uma carta supostamente enviada pelo republicano a Epstein.
Segundo o “WSJ”, a ex-assistente de Epstein, Ghislaine Maxwell — que cumpre pena de 20 anos de prisão por ser cúmplice do magnata —, compilou cartas de Trump e de associados de Epstein para incluí-las em um álbum de 2003 como presente de aniversário para o empresário.
Epstein morreu na prisão em agosto de 2019, um mês após ser preso – segundo o legista, cometeu suicídio – sob acusações federais de tráfico sexual de menores nos estados da Flórida e de Nova York.
Uma carta supostamente assinada por Trump e divulgada pelo “WSJ” contém várias linhas de texto digitado emolduradas pelo contorno de uma mulher nua que teria sido desenhada pelo mandatário.
O jornal insiste que a assinatura de Trump aparece rabiscada sob a cintura da mulher, “imitando os pelos pubianos”.
A carta termina com a frase: “Feliz aniversário, e que cada dia seja outro segredo maravilhoso”.
O “WSJ” disse que, em uma entrevista na terça-feira, Trump negou ser o autor da carta e ameaçou o jornal de que o processaria se publicasse o artigo.
A publicação ocorreu em um momento em que o escândalo de Jeffrey Epstein ressurge nos EUA, depois que o FBI e o Departamento de Justiça concluíram em uma investigação que o magnata não tinha uma “lista de clientes” famosos aos quais chantageava, ao contrário de diversas teorias conspiratórias veiculadas na internet.
O FBI e o Departamento de Justiça também confirmaram a morte por suicídio de Epstein — refutando a teoria conspiratória de que ele havia sido assassinado para proteger seus conhecidos — e anteciparam que não divulgariam mais investigações do caso.
Fonte: Gazeta