A Rússia alegou nesta quinta-feira (17) que a Coalizão de Voluntários, a iniciativa europeia para uma força de paz que seria enviada à Ucrânia, é um plano de intervenção estrangeira “absolutamente inaceitável”.
“Declaramos repetidamente que o envio de unidades das forças armadas de outros Estados para a Ucrânia, independentemente de sua contribuição, é absolutamente inaceitável”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em entrevista coletiva.
A diplomata ressaltou que Moscou considerará essas forças um “alvo militar legítimo”.
A Coalizão de Voluntários, concebida por Reino Unido e França para apoiar a Ucrânia após um cessar-fogo, terá um quartel-general franco-britânico em Paris que passará para Londres após 12 meses, anunciou na semana passada o governo britânico.
Além desse quartel “operacional multinacional”, que “supervisionará todos os preparativos táticos”, quando chegar o momento de enviar as unidades internacionais para o território ucraniano, será estabelecida “uma célula de coordenação” em Kiev, dirigida por um militar britânico.
Após o fim das hostilidades com a Rússia, espera-se que a chamada Força Multinacional Ucrânia (MFU, na sigla em inglês) apoie o país, dando suporte às suas Forças Armadas por terra, mar e ar.
Na coletiva desta quinta-feira, Zakharova também acusou os países ocidentais de estarem preparando a ex-república soviética da Moldávia para desempenhar o papel de uma “segunda Ucrânia”.
“O Ocidente está tentando, por todos os meios, transformar a Moldávia em uma base militar da Otan para um possível confronto com a Rússia”, disse a porta-voz, ao comentar sobre a cúpula Moldávia-UE, realizada no início deste mês.
De acordo com a diplomata, as autoridades moldavas querem “desmantelar o status de neutralidade do país”.
“Mais uma vez, tudo está caminhando para a militarização desse país em benefício da Otan. Além disso, o país continua a se aproximar ativamente dos membros da Otan e exercícios conjuntos estão sendo realizados com o pessoal militar da Otan”, acrescentou.
Fonte: Gazeta