A alta representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança, Kaja Kallas, anunciou nesta terça-feira (15) que o bloco decidiu não adotar sanções contra Israel, que estavam sendo cogitadas devido ao conflito na Faixa de Gaza e à situação humanitária no enclave.
Segundo informações do jornal The Times of Israel, Kallas afirmou que a decisão foi tomada numa reunião de ministros das Relações Exteriores da UE.
Kallas disse que o bloco enxergou “sinais positivos” a respeito da implementação de um acordo da UE com Israel para aumentar a entrada de ajuda humanitária em Gaza, mas cobrou “medidas mais concretas”.
“A União Europeia acompanhará de perto como Israel implementa esse entendimento comum e os compromissos, e atualizaremos [informações sobre] o cumprimento a cada duas semanas”, afirmou a representante de política externa do bloco, que disse que “diferentes medidas” poderão ser adotadas caso Israel não cumpra o acordo. “Manteremos essas opções sobre a mesa e estaremos prontos para agir”, alertou.
Numa postagem no X, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, comemorou a decisão, mas alfinetou países-membros da UE.
“Hoje, alcançamos uma importante conquista política ao repelir todos os tipos de tentativas obsessivas de vários países de impor sanções a Israel na União Europeia”, escreveu.
“Esses países não se ofereceram, por exemplo, para analisar o acordo da UE com a Autoridade Palestina pelos pagamentos que faz a terroristas e suas famílias ou pela incitação em seu sistema educacional. A própria tentativa de impor sanções contra um Estado democrático que se defende contra tentativas de destruí-lo é ultrajante”, acrescentou Sa’ar.
“Agradeço aos nossos amigos na União Europeia e seus ministros das Relações Exteriores, que nos apoiaram e impediram um ataque a Israel que também teria sido um ataque à própria União Europeia”, disse o chanceler israelense.
O comentário de Sa’ar diz respeito a um acordo de ajuda da União Europeia à Autoridade Palestina (AP), que governa partes da Cisjordânia, compromisso que em abril foi redimensionado para um pacote de três anos no valor de cerca de 1,6 bilhão de euros.
Israel critica as pensões da AP a familiares de terroristas mortos e palestinos detidos em prisões israelenses (pagamentos que teriam sido cancelados em fevereiro, segundo um decreto assinado pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas) e o conteúdo anti-Israel em livros didáticos utilizados nos territórios palestinos.
Fonte: Gazeta