O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (15) que Israel não permitirá que a Síria se torne “um segundo Líbano”, após ordenar que as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançassem ataques no sul do país, conforme relatado pela imprensa árabe ao longo do dia.
“Não permitiremos o retorno a uma situação em que um segundo Líbano seja estabelecido. Espero que não tenhamos mais que operar. Isso depende, em grande parte, do que for entendido e feito, e também do que não for feito em Damasco”, disse Netanyahu durante uma visita a um centro de treinamento militar no Vale do Jordão.
Nesta terça-feira, Netanyahu ordenou um ataque a Sueida, uma cidade de maioria drusa no sul da Síria que tem sido palco de confrontos entre beduínos e drusos nos últimos dias, com o argumento de proteger a comunidade e garantir a desmilitarização da fronteira síria.
Durante sua visita ao centro de treinamento militar, onde a Brigada Hasmonea – a primeira unidade de combate composta por judeus ultraortodoxos – está sendo treinada, Netanyahu também destacou o número crescente de jovens haredis que se voluntariam para o serviço militar.
“Eles não vêm à força, mas por vontade própria, e esse desejo é generalizado na comunidade haredi”, enfatizou o primeiro-ministro.
“Podemos liderar um processo que não seja de desafio ou guerra interna, mas de mobilização de todas as forças da sociedade judaica para proteger verdadeiramente nosso Estado e nosso povo”, acrescentou.
Os comentários do primeiro-ministro no acampamento militar foram feitos depois que o partido ultraortodoxo Judaísmo Unido da Torá anunciou sua intenção de deixar o governo de coalizão devido à recusa do governo em aprovar uma lei que isenta os judeus ultraortodoxos do serviço militar obrigatório.
O Judaísmo Unido da Torá tem sete assentos no Knesset (parlamento israelense), portanto, sua saída não compromete, no momento, a estabilidade do governo, que mantém uma maioria mínima de 61 dos 120 parlamentares.
Entretanto, se o partido Shas – também ultraortodoxo – decidir seguir o mesmo caminho, a coalizão ficaria em minoria, com apenas 50 assentos, o que colocaria em risco a continuidade do governo.
Fonte: Gazeta