O Exército de Israel retomou os ataques contra a Síria nesta quarta-feira (16). Desta vez, bombardeios foram lançados contra a sede do Ministério de Defesa do país vizinho e nas imediações do Palácio Presidencial em Damasco.
Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) explicaram que a sede militar foi atacada porque é de lá que os comandantes sírios dirigem suas operações contra os drusos na província meridional de Al Sueida, no sul da Síria, ao mesmo tempo em que anunciou pelo menos mais um ataque contra outro alvo militar perto do Palácio Presidencial.
Esta quarta-feira foi marcada pelo caos na fronteira entre os dois países depois que milhares de drusos de Israel, residentes nas Colinas de Golã, tentaram violar a divisa, enquanto as mortes nos quatro dias de confrontos na região de al Sueida continuam aumentando. Drusos residentes da Síria também tentaram entrar em território israelense para vingar a morte de seus aliados.
De acordo com a imprensa local, as FDI reconheceram que policiais de fronteira cruzaram para trazer os drusos de volta a Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se manifestou nesta quarta sobre a situação, pedindo aos drusos residentes em Israel que não cruzem a fronteira, advertindo-os de que “podem ser mortos ou sequestrados”.
“Vocês estão arriscando suas vidas, podem ser assassinados, sequestrados e estão prejudicando os esforços das FDI”, afirmou Netanyahu.
Um ataque de advertência também foi realizado na entrada do prédio de comando do Estado-Maior General mais cedo, após o qual o Ministro da Defesa Israel Katz disse: “A sinalização em Damasco acabou, agora vêm os golpes dolorosos”.
As IDF continuarão a operar vigorosamente em Sweida para destruir as forças que atacaram os drusos até sua retirada total”, acrescentou Katz, que compartilhou um vídeo no X mostrando o momento exato de um bombardeio israelense em Damasco registrado em uma reportagem ao vivo da Síria.
Na terça-feira, forças do governo sírio entraram na cidade de Sweida, de maioria drusa, dizendo que iriam “supervisionar um cessar-fogo acordado com líderes da comunidade drusa” depois de confrontos violentos com beduínos locais deixarem mais de 100 mortos.
O jornal Times of Israel afirmou que testemunhas relataram que as forças do governo sírio acabaram se unindo aos beduínos para atacar os drusos e civis em uma onda sangrenta pela cidade.
Apesar de o governo sírio ter anunciado no dia anterior o fim das hostilidades em Al Sueida, nesta quarta-feira Israel bombardeou alvos militares em Damasco, pois segundo os militares as ordens para os confrontos vieram desses locais.
Israel iniciou suas operações contra as tropas de Damasco na província de Al Sueida na segunda-feira, justificando que as ações militares visam defender a comunidade drusa e impedir a militarização das zonas próximas à sua fronteira.
Drusos, beduínos e forças do novo regime sírio se enfrentaram na cidade de Al Sueida nos últimos dias. Cerca de 24 mil drusos vivem em Israel e estima-se que entre 40% e 50% tenham passaporte israelense.
As FDI classificaram as travessias na fronteira como um “incidente grave que constitui uma ofensa criminal e coloca em perigo a população israelense e as forças militares do país”.
Fonte: Gazeta