Um professor de filosofia e matemática da Universidade Estadual da Califórnia em Channel Islands (CSUCI) foi preso durante uma operação em uma fazenda de maconha no último dia 10 acusado de lançar uma granada de gás lacrimogêneo contra agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE).
O procurador dos EUA, Bill Essayli, acusou o professor Jonathan Anthony Caravello de “violar o artigo 18 USC 111”, referente a agressão ou resistência contra um agente federal. Sua prisão ocorreu durante um tumulto na Glass House Farms, uma fazenda de cannabis em Carpinteria, no Condado de Santa Bárbara.
Uma declaração juramentada obtida pelo periódico Ojai Valley News aponta que “dezenas de manifestantes tentaram obstruir a execução do mandado de busca de alto risco”. Caravello teria “corrido até a granada, pegado-a e a lançado de volta, por cima da cabeça, em direção aos agentes da patrulha de fronteira”. A granada teria passado a poucos metros acima das cabeças dos policiais.
Outros relatos indicam que o professor foi preso enquanto tentava remover uma granada de gás lacrimogêneo que havia ficado presa sob a cadeira de rodas de uma pessoa.
A juíza federal Maria A. Audero determinou a liberação de Caravello mediante pagamento de fiança de US$ 15 mil durante uma audiência na segunda-feira (14). Sua audiência de instrução foi marcada para o dia 1º de agosto.
A Universidade CSUCI declarou em nota que:
“Até o momento, entendemos que o professor Caravello estava participando pacificamente de um protesto — um ato protegido pela Primeira Emenda e um direito garantido a todos os norte-americanos. Se confirmado, nos somamos a autoridades eleitas e líderes comunitários que pedem sua libertação imediata.”
A universidade afirmou ainda estar “coletando mais informações para entender completamente as circunstâncias do incidente”.
Já a Associação de Professores da Califórnia (CFA) apontou que houve um “sequestro e desaparecimento” de Caravello e de outros manifestantes, completando que “esses sequestros representam um ataque aos nossos direitos constitucionais de liberdade de expressão”. A CFA se descreve como “um sindicato que tem o antirracismo e a justiça social como pilares centrais” e exigiu “a libertação imediata de todos os nossos membros detidos, incluindo o Dr. Caravello, da custódia federal”.
A operação na fazenda de cannabis resultou na prisão de mais de 350 imigrantes em situação irregular e também foi constatado que havia 14 crianças migrantes trabalhando nos campos, o que levou ao início de uma investigação por possível violação das leis de trabalho infantil.
Um dos detidos na operação havia sido deportado em 2006 após ser condenado por sequestro, tentativa de estupro e tentativa de abuso infantil.
Fonte: Gazeta