Uma moção que pedia a cassação do deputado árabe-israelense Ayman Odeh, da coligação oposicionista Hadash-Ta’al, fracassou nesta segunda-feira (14) no Knesset, o Parlamento de Israel.
Segundo informações dos jornais The Times of Israel e The Jerusalem Post, a petição teve apenas 73 votos favoráveis, ficando bem abaixo dos 90 necessários para ser aprovada.
O pedido inicial de cassação de Odeh havia sido apresentado em janeiro por Avichai Boaron, deputado do Likud, partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, depois que o parlamentar árabe-israelense fez uma postagem no X comentando a libertação de reféns israelenses que estavam nas mãos do Hamas em troca de prisioneiros palestinos que estavam em carceragens de Israel.
“Feliz com a libertação de reféns e prisioneiros [palestinos], a partir daqui ambos os povos precisam ser libertados do fardo da ocupação, nós nascemos livres”, escreveu Odeh.
Boaron alegou que a equiparação de reféns do Hamas a “terroristas palestinos” e a menção ao “fardo da ocupação” seriam uma justificativa para atentados e um chamado à violência, mas não conseguiu o número de assinaturas para abrir o processo.
Porém, o correligionário de Netanyahu reapresentou a petição em junho, após outra declaração de Odeh em um comício.
“Após 600 dias [em referência ao período da guerra na Faixa de Gaza], há uma maioria esmagadora em ambos os povos dizendo: ‘Se ao menos esses 20 meses nunca tivessem acontecido’. Esta é uma derrota histórica para a direita, que foi derrotada em Gaza. Gaza venceu e Gaza vencerá”, afirmou o deputado.
Nesta segunda-feira, outro deputado do Likud, Ofir Katz, acusou Odeh de estar “sempre do lado da maldade da humanidade”.
“Alguém que consegue equiparar crianças, mulheres e idosos que foram sequestrados de suas casas, estuprados e assassinados a assassinos terroristas vis não tem lugar no Knesset israelense”, disse Katz.
Após a votação, Odeh escreveu no X que “o ato desprezível e fascista contra mim fracassou”. “Permaneceremos firmes e lutaremos pela democracia, pela igualdade e pela paz”, afirmou.
Fonte: Gazeta