O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou uma meta para dobrar os gastos militares na próxima década em US$ 74,8 bilhões (64 bilhões de euros).
Em discurso no domingo (13) às Forças Armadas, na véspera do feriado nacional do Dia da Bastilha, o mandatário francês afirmou que a liberdade dos europeus “nunca esteve tão ameaçada”. Por isso, “não há mais regras, é a lei do mais forte que vence”.
Macron continuou seu pronunciamento: “É preciso ser temido neste mundo. E para ser temido é preciso ser forte”. O presidente também mencionou um “desengajamento americano” com o governo de Donald Trump, deixando a Europa sem opção de não se defender diante da crescente ameaça da Rússia no continente.
O francês anunciou que os gastos militares do país devem atingir US$ 74,8 bilhões até 2027, quando encerra seu mandato e deixará o cargo. Nos próximos dois anos, o orçamento militar deve aumentar em US$ 7,6 bilhões (6,5 bilhões de euros).
Quando assumiu a presidência, em 2017, os gastos militares da França eram de US$ 37,64 bilhões (32,1 bilhões de euros). Se a meta estabelecida por for atingida até 2027, isso significa que o país dobrará seus investimentos em defesa em uma década.
Apesar dos gastos astronômicos, eles ainda representam apenas 2% do PIB da França, bem abaixo dos 5% exigidos da Otan com o acordo firmado no mês passado com prazo até 2035.
O anúncio de Macron surge uma semana depois do general francês de alto escalão Thierry Burkhard afirmar que a França se tornou o “principal adversário da Rússia na Europa”.
Ainda no domingo, o ministro da Defesa, Sébastien Lecornu, disse em entrevista ao jornal La Tribune Dimanche que “ninguém na França quer que nosso país dependa de outros em termos militares”. Por isso, buscar essa autossuficiência, exigiria “um novo esforço, não apenas orçamentário, mas também intelectual, moral e industrial”, disse ele.
Fonte: Gazeta