A presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou neste domingo que adiará para o início de agosto as contramedidas às tarifas de importação de aço e alumínio europeus, impostas em abril pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para continuar a buscar uma solução negociada.
“Os Estados Unidos nos enviaram uma carta com medidas que entrariam em vigor a menos que uma solução negociada seja alcançada. Portanto, estenderemos a suspensão de nossas contramedidas até o início de agosto. Simultaneamente, continuaremos preparando novas contramedidas para estarmos completamente prontos”, disse Von der Leyen em entrevista coletiva ao lado do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, em Bruxelas.
O anúncio ocorreu após a decisão de Trump, tornada pública no sábado, de impor tarifas de 30% sobre todos os produtos europeus a partir de 1º de agosto. Essa data marca o fim do prazo de negociação entre Bruxelas e Washington por um acordo que evite uma guerra tarifária.
“Sempre deixamos muito claro que preferimos uma solução negociada”, explicou a política alemã.
Dessa forma, de acordo com ela, o órgão executivo da União Europeia usará o tempo restante “até 1º de agosto” para tentar alcançar esse objetivo.
Sobre uma resposta tarifária, Von der Leyen destacou que a União Europeia “se preparou para isso e pode responder com contramedidas, se necessário”. Ela também ressaltou a importância de “diversificar” as relações comerciais da UE, assim como aprofundar o mercado único europeu.
Os ministros de Comércio da União Europeia terão a oportunidade de abordar as relações com os Estados Unidos em um Conselho extraordinário nesta segunda-feira, um dia antes da entrada em vigor das contramedidas aprovadas pela UE contra as sobretaxas americanas sobre aço e alumínio, que agora serão adiadas para o início de agosto.
A União Europeia impulsionou contramedidas com sobretaxas a uma lista de produtos americanos, mas havia decidido mantê-las em pausa até 14 de julho para dar oportunidade às negociações, e agora ampliou o prazo.
Trump também anunciou em sua carta a Von der Leyen, datada de 11 de julho, que a taxa de 30% poderá aumentar se a UE retaliar.
Atualmente, os Estados Unidos aplicam tarifas de 10% sobre a grande maioria dos produtos da UE e de 25% sobre as importações de aço, alumínio e veículos provenientes do bloco.
Trump anunciou na última terça-feira que adiaria de 9 de julho para 1º de agosto o prazo final para negociar sobre tarifas. Entre os países que receberam cartas do presidente americano na última semana estão México, Canadá, Japão, Core do Sul, Mianmar, Laos, Camboja, Tailândia, Sérvia, Bangladesh, Indonésia, África do Sul, Bósnia e Herzegovina, Tunísia, Cazaquistão e Malásia.
No caso do Brasil, as tarifas, de 50%, foram justificadas como retaliação pelo processo que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro de tramar um golpe de Estado.
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Fonte: Gazeta