A líder oposicionista antichavista María Corina Machado clamou às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) no último sábado (6), Dia da Independência da Venezuela, por firmeza e organização para a “libertação” do país, onde, ela luta pela queda da ditadura de Maduro.
“Preparem-se e acordem, entendam que o que está por vir exige coragem, organização, visão e um senso de nação e futuro”, disse a ex-deputada e perseguida política, em em vídeo compartilhado nas redes sociais, que celebrava o 214º aniversário da assinatura da Ata de Independência da Venezuela.
María Corina, que continua escondida, disse que os militares foram “testemunhas e protagonistas do mandato do povo” expressado nas eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, vencida pelo também oposicionista Edmundo González Urrutia. Entretanto, Nicolás Maduro, derrotado, foi proclamado vencedor para um terceiro mandato consecutivo como presidente pelo órgão eleitoral, controlado por autoridades chavistas.
A líder da oposição enfatizou que os venezuelanos decidiram “mudar o rumo do país”, razão pela qual os soldados da FANB “têm o dever de contribuir para que a soberania popular seja respeitada” e que, enquanto não o fizerem, serão “cúmplices da violação da Constituição nacional”.
“Eles têm que escolher: ou se afundam na submissão e na vergonha, ou mergulham e se salvam, tornando-se verdadeiros patriotas”, enfatizou.
Ela também afirmou que a “única opção” de todo “militar comprometido com a nação e a Constituição” é “assumir sua responsabilidade”.
“Resistam, não desistam, permaneçam firmes, cuidem uns dos outros, continuem se organizando, o momento está chegando, meu compromisso é claro: vocês não estão sozinhos, eu luto todos os dias para construir o apoio necessário para que tenham proteção, coordenação e garantia de que nossa luta será vitoriosa”, disse Machado, que destacou o acompanhamento de “poderosos aliados internacionais”.
A oposicionista também afirmou que “com a queda desse regime de terror, a instituição militar que ressurgirá será luminosa, liderada pelo amor à liberdade, à Venezuela e guiada pelos mais altos valores da democracia”.
“Nesse dia, que já está se aproximando, celebraremos juntos nossa verdadeira e definitiva independência. Oficiais e soldados das Forças Armadas Nacionais, contem comigo, nós contamos com vocês”, acrescentou.
Anteriormente, González Urrutia assegurou, em um áudio publicado na rede social X, que o desejo de mudança “está mais forte do que nunca”, destacando que nos dias atuais, como em 1811, a Venezuela está enfrentando uma “ameaça” à sua soberania, mas “não por forças externas, mas por um regime que pretende sequestrar a vontade do povo”.
María Corina chegou a ser presa pela ditadura chavista, em janeiro deste ano.
Em uma cerimônia do Dia da Independência, no último sábado, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou que Maduro “liderando corajosamente a batalha para construir o novo Estado”, e destacou que as FANB tem “o espírito” do falecido presidente Hugo Chávez.
Fonte: Gazeta