O BRICS condenou neste domingo (6), em sua declaração de cúpula no Rio de Janeiro, os ataques à linhas ferroviárias na Rússia ocorridos há um mês, os quais Moscou atribuiu à sabotagem da Ucrânia.
“Condenamos com veemência os ataques a pontes e à infraestrutura ferroviária que deliberadamente atingiram civis nas regiões de Bryansk, Kursk e Voronezh, na Federação Russa, em 31 de maio, 1º e 5 de junho de 2025, resultando em várias vítimas civis, inclusive crianças”, diz o trigésimo quinto ponto da declaração.
Os três ataques com explosivos resultaram no descarrilamento de dois trens, um dos quais era um trem de passageiros, matando sete pessoas e ferindo mais de cem, além de danificar três trilhos.
Na condenação expressada pelo grupo, que ocupa um parágrafo da declaração do Rio de Janeiro, a Ucrânia não é mencionada, embora em dois outros pontos do documento se faça alusão ao conflito desencadeado pela invasão russa em fevereiro de 2022.
Um dos pontos da declaração relembra as posições de cada um dos países-membros do BRICS em relação “ao conflito na Ucrânia”, embora em nenhum momento a Rússia seja mencionada como o país agressor, como é de praxe nas declarações do grupo desde o início da guerra.
“Observamos com apreço as propostas relevantes de mediação e bons ofícios, incluindo o estabelecimento da Iniciativa de Paz Africana e do Grupo de Amigos pela Paz, visando à resolução pacífica do conflito por meio do diálogo e da diplomacia. Esperamos que os esforços atuais levem a um acordo de paz sustentável”, diz a declaração assinada neste domingo no Rio de Janeiro.
A Rússia é um dos membros fundadores do BRICS. O presidente Vladimir Putin participou da cúpula por videoconferência, já que não pode viajar ao Brasil devido a um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de crimes de guerra na Ucrânia.
Brasil e China, também membros fundadores do BRICS, são as forças motrizes por trás do Grupo de Amigos pela Paz e de uma proposta para pôr fim ao conflito que tem sido ignorada pela Ucrânia e pelos países ocidentais, por ser considerada de interesse do Kremlin.
Fonte: Gazeta