A Polícia Nacional da Colômbia prendeu, neste sábado (5), o principal suspeito de planejar o atentado a tiros contra o senador conservador Miguel Uribe Turbay – um dos principais opositores do presidente de esquerda Gustavo Petro.
Élder José Arteaga Hernández foi detido na região noroeste da capital colombiana. A prisão foi confirmada pelo diretor da Polícia Nacional, Major-General Carlos Fernando Triana. De acordo com as investigações, Arteaga é o mentor do ataque do dia 7 de junho, em um parque da capital, durante um ato político.
O senador foi atingido por um disparo na cabeça enquanto discursava. O autor do tiro, segundo a polícia, seria um menor de idade apreendido logo após o crime. Outros três indivíduos também foram presos por envolvimento na logística do atentado. A motivação do crime segue sob investigação.
“Acredita-se que esse homem seja o responsável por coordenar a atividade criminosa, bem como por identificar e entregar a arma ao adolescente que supostamente executou o ataque ao candidato à presidência. Nas próximas horas, ele será levado perante um juiz para legalizar sua prisão e enfrentar julgamento pelos crimes de tentativa de homicídio, fabricação, tráfico, porte ou posse de armas de fogo, acessórios, peças ou munições; e uso de menores na prática de crimes”, informou em nota a Polícia Nacional da Colômbia. A Interpol havia emitido um alerta vermelho contra Arteaga na sexta-feira (4).
Miguel Uribe, que em 2023 anunciou sua pré-candidatura à Presidência da República para as eleições de 2026, segue internado em estado grave, após múltiplas cirurgias.
Quem é Miguel Uribe
Opositor e crítico ferrenho do presidente esquerdista Gustavo Petro, o senador era, até o atentado, uma das vozes mais firmes da oposição ao atual governo, denunciando retrocessos econômicos e ameaças às liberdades democráticas sob a gestão de Petro.
Na área da segurança, por exemplo, ele defende que o governo Petro tem uma política permissiva em relação a grupos armados ilegais. Outra crítica são as tentativas de concentração de poder do governo, deslegitimando órgãos de controle, pressionando o Tribunal Constitucional e mantendo uma postura de confronto com o Congresso, o que colocaria em risco a democracia e a separação de poderes.
Poucas horas antes do atentado, o político de direita havia publicado um vídeo no X dizendo que processaria por prevariação ministros que assinassem um decreto que Petro pretendia lançar para fazer uma consulta popular com o objetivo de legitimar suas reformas na Colômbia. Pouco antes, Petro havia ameaçado que “ministro que não assinar o decreto presidencial vai sair imediatamente”. Dias após o atentado a tiros, o presidente colombiano editou o decreto, mas o Conselho de Estado suspendeu a medida por não ter aprovação prévia do Senado.
Em março deste ano, Uribe havia confirmado sua pré-candidatura à presidência do país, pelo partido Centro Democrático.
Fonte: Gazeta