As agências de inteligência holandesa e alemã afirmaram nesta sexta-feira (4) que a Rússia faz uso generalizado de armas químicas proibidas na Ucrânia, incluindo o lançamento de um agente asfixiante de drones, como forma de atrair soldados para fora das trincheiras para que sejam baleados. As evidências foram obtidas conjuntamente pelos dois serviços de inteligência, segundo a agência de notícias Reuters.
“A principal conclusão é que podemos confirmar que a Rússia está intensificando o uso de armas químicas”, disse o ministro da Defesa holandês, Ruben Brekelmans, à Reuters, pedindo sanções mais duras contra Moscou.
“Essa intensificação é preocupante porque faz parte de uma tendência que observamos há vários anos, em que o uso de armas químicas pela Rússia nesta guerra está se tornando mais normalizado, padronizado e generalizado”, detalhou.
A agência de inteligência estrangeira BND da Alemanha confirmou à Reuters as descobertas.
Em maio do ano passado, os Estados Unidos acusaram a Rússia de usar cloropicrina, composto químico mais tóxico que os agentes de controle de pragas, usado pela primeira vez pela Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Em seres humanos, a cloropicrina ataca os pulmões e atua como gás lacrimogêneo, com efeitos letais, sendo proibida pela Convenção sobre Armas Químicas (CWC, na sigla em inglês).
A Ucrânia também afirma que a Rússia usou gás lacrimogênio para limpar trincheiras mais de mil vezes, desde o começo da guerra.
A Rússia, no entanto, nega o uso de munições ilegais e acusa a Ucrânia de fazê-lo.
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), agência de desarmamento em Haia que conta atualmente com 193 Estados-membros, disse no ano passado que as acusações iniciais feitas pelas partes envolvidas no conflito eram “insuficientemente fundamentadas”.
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Fonte: Gazeta