Os Estados Unidos suspenderam as restrições impostas no final de maio à venda de software para design de chips para a China, de acordo com empresas do setor afetadas pela medida, que já começaram a restaurar o acesso aos seus serviços para seus clientes no país asiático.
A Cadence, com sede nos EUA, uma das empresas mais importantes do setor, confirmou nesta quinta-feira (3) à Agência EFE que o Departamento de Comércio americano “revogou as restrições à exportação” impostas no final de maio e anunciou que está “em processo de restauração” do acesso ao seu software e tecnologia para os clientes afetados.
Em outro comunicado, a empresa alemã Siemens anunciou a restauração do “acesso total” ao seu software para clientes chineses, aos quais voltou a oferecer “vendas e suporte”.
“Há mais de 150 anos, a Siemens oferece suporte aos seus clientes na China. Agradecemos a paciência dos nossos clientes enquanto navegamos pelas rápidas mudanças no cenário empresarial global e compreendemos os inconvenientes que isso pode ter causado”, declarou a empresa alemã.
Por sua vez, a também americana Synopsy emitiu um comunicado semelhante, no qual enfatizou que a revogação das sanções mencionadas tem “efeito imediato” e esclareceu que “continua avaliando o impacto das restrições (…) em seus negócios, resultados operacionais e métricas financeiras”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs essas restrições no final de maio em resposta aos obstáculos impostos pela China à exportação de terras raras, minerais essenciais para setores como a defesa, o automotivo e, justamente, o de semicondutores.
A troca de golpes colocou em risco a trégua comercial de 90 dias iniciada por ambas as potências em meados de maio, mas uma nova rodada de negociações realizada em Londres resultou em um acordo ratificado na semana passada.
Por meio desse pacto, os EUA prometeram retomar as exportações de software para design de chips, etano e turbinas para aeronaves, desde que a China acelerasse a aprovação da venda desses minerais ao exterior.
A breve proibição da venda de softwares para design de chips marcou mais um passo no cerco de Washington ao desenvolvimento do setor na China, cujo governo identificou os chips como uma área estratégica para suas ambições de autossuficiência, visto que se trata de uma tecnologia na qual ainda depende de terceiros.
Softwares desenvolvidos por empresas como Cadence e Synopsys são usados no design de todos os tipos de processadores, desde os mais avançados – como os usados por Apple e Nvidia – até componentes simples, como peças de regulação de energia, segundo destacou a Bloomberg.
Fonte: Gazeta