Apesar de ter sido absolvido por um júri popular das principais acusações do julgamento que o investiga por liderar uma rede criminosa relacionada ao tráfico sexual, o rapper americano Sean “Diddy” Combs teve seu pedido de fiança negado pela Justiça na noite desta quarta-feira (2) e permanecerá preso até ter a sentença definida pela Justiça americana.
“No julgamento, a defesa admitiu a violência do réu em seus relacionamentos pessoais, dizendo que aconteceu com Cassie e ‘Jane’”, afirmou o juiz Arun Subramanian, responsável pela audiência de fiança de “Diddy”.
O magistrado entendeu que “para os propósitos do presente, o réu é incapaz” de mostrar por evidência clara e convincente uma “falta de perigo para qualquer pessoa ou a comunidade”. Enquanto o juiz pronunciava a decisão, o rapper e magnata da indústria musical americana ficou imóvel, com as mãos no colo.
O advogado de Cassie Ventura, uma das reclamantes no caso contra o rapper, disse que Combs deve permanecer detido enquanto aguarda sua sentença. “A Sra. Ventura acredita que o Sr. Combs provavelmente representa um perigo para as vítimas que testemunharam neste caso, incluindo ela mesma, bem como para a comunidade”, afirmou o advogado.
Culpado por transporte para prostituição
Apesar de ter escapado de uma pena perpétua, Diddy, de 55 anos, foi considerado culpado em duas acusações de transporte para prostituição. Os casos são aplicáveis a duas vítimas que mantiveram um relacionamento amoroso com o empresário, Cassie Ventura e outra mulher que depôs sob o pseudônimo de “Jane Roe”.
Segundo a imprensa americana, essas duas acusações podem render, cada uma, dez anos de prisão para Diddy. De qualquer forma, o veredito do júri é visto como mais brando do que o esperado.
Relembre o caso contra Diddy
Em setembro do ano passado, o rapper americano enfrentou suas primeiras acusações federais relacionadas aos crimes de tráfico sexual, transporte para prostituição e conspiração para cometer extorsão das vítimas. O magnata se apresentou como inocente.
Na época, os promotores defenderam que Diddy liderava uma rede criminosa para o cometimento de crimes sexuais. Nas denúncias, o rapper é apontado como um criminoso que “abusava, ameaçava e coagia mulheres” a participar de orgias sexuais longas sob efeito de drogas, conhecidas como “freak-offs”. Em seguida, ele as intimidava para que se calassem sobre os eventos.
Diddy alegou que todos os atos sexuais eram consensuais com as vítimas. Seu principal advogado de defesa, Marc Agnifilo, sustentou que seu cliente seguia um estilo de vida swinger, mas não cometeu nenhum dos crimes pelos quais é acusado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Ao todo, Diddy Combs enfrentou cinco acusações: conspiração para extorsão (inocentado); tráfico sexual de Cassie Ventura (inocentado); transporte de Cassie Ventura para prostituição sob a Lei Mann (culpado); tráfico sexual de “Jane Roe” (inocentado); e transporte de “Jane Roe” para prostituição sob a Lei Mann (culpado).
Fonte: Gazeta