Mulheres da Dinamarca passarão a ser convocadas obrigatoriamente para o serviço militar a partir deste ano, após o Parlamento dinamarquês aprovar, neste mês, uma reforma inédita em resposta ao aumento das tensões militares na Europa.
A decisão marca a primeira vez que o país inclui mulheres na conscrição obrigatória, medida que, até então, era aplicada apenas a homens. Segundo autoridades, a mudança é uma resposta direta ao agravamento da ameaça representada pela Rússia e ao cenário de insegurança no continente. As informações são da Associated Press (AP).
A partir de agora, tanto homens quanto mulheres que completarem 18 anos estarão sujeitos ao sorteio que determina a convocação para o serviço militar, um sistema conhecido na Dinamarca por sua base voluntária, mas que pode recorrer à uma espécie de “loteria” caso não haja número suficiente de voluntários.
De acordo com o novo regulamento, a duração do serviço militar também aumentará, passando de quatro para onze meses. Os recrutas terão cinco meses de treinamento básico seguidos de seis meses de serviço operacional.
Segundo o Ministério da Defesa da Dinamarca, a reforma tem como objetivo elevar o efetivo de recrutas anuais de 4.700 para até 6.500 até 2033, ampliando a capacidade de resposta militar do país diante do aumento dos investimentos militares russos e da instabilidade decorrente da guerra na Ucrânia. Atualmente, as Forças Armadas dinamarquesas contam com cerca de 9.000 militares profissionais.
O governo dinamarquês anunciou, em fevereiro, a criação de um fundo de US$ 7 bilhões destinado a aumentar os gastos militares para mais de 3% do PIB ainda em 2025, reforçando o compromisso do país com a defesa coletiva da OTAN e com o envio de tropas para missões nos Bálticos.
Fonte: Gazeta