A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta sexta-feira (27) por unanimidade uma declaração na qual insta o Reino Unido a retomar as negociações com a Argentina a respeito da soberania sobre as Ilhas Malvinas.
Segundo informações da Agência EFE, durante a 55ª Assembleia Geral da OEA, realizada em Antígua e Barbuda, foi aprovada por aclamação a resolução que a Argentina apresenta todos os anos sobre a disputa pelas Malvinas.
O texto “reafirma a necessidade de que os Governos da República Argentina e do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte retomem, o mais breve possível, as negociações sobre a disputa de soberania, com o objetivo de encontrar uma solução pacífica para esta prolongada controvérsia”.
A decisão foi comemorada pelo Ministério das Relações Exteriores da Argentina e pelo presidente Javier Milei.
“Por unanimidade e aclamação, a OEA adotou uma nova declaração sobre a questão das Ilhas Malvinas, reafirmando o respaldo regional ao apelo para a retomada das negociações bilaterais entre a Argentina e o Reino Unido. Agradecemos o apoio unânime que recebemos de todas as Américas. As Ilhas Malvinas são argentinas”, afirmou a chancelaria argentina em nota no X.
Milei respondeu ao post com outra mensagem. “As Malvinas são argentinas. Em vez de nacionalismo barato, nós, do governo, respondemos com ações claras e resultados concretos”, disse o presidente.
No último dia 18, o Comitê Especial de Descolonização da ONU já havia adotado uma nova resolução pedindo a retomada das negociações entre Argentina e Reino Unido a respeito da soberania sobre as Malvinas.
A disputa entre argentinos e britânicos pelo arquipélago levou à Guerra das Malvinas, em 1982.
Milei, a exemplo dos seus antecessores peronistas, vem cobrando a soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago.
Em abril, durante uma cerimônia em frente ao monumento aos mortos na Guerra das Malvinas, na Plaza San Martín, em Buenos Aires, Milei disse que a Argentina precisa se desenvolver para que os habitantes das Malvinas desejem ser argentinos.
Em setembro do ano passado, no seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente argentino acusou as Nações Unidas de não cumprirem “a sua missão de defender a soberania territorial dos seus membros, como nós, argentinos, sabemos em primeira mão em relação às Ilhas Malvinas”.
Meses antes, quando foi anunciada a construção de uma base naval conjunta com os Estados Unidos na província da Terra do Fogo, no extremo sul do país, Milei disse que seria “o primeiro passo para começar a pensar na recuperação das Malvinas”.
Em um referendo realizado em 2013 com habitantes das Malvinas, 99,8% dos moradores do arquipélago disseram que preferiam que este mantivesse o status de território ultramarino britânico.
Fonte: Gazeta