Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (25), o diretor da CIA, John Ratcliffe, afirmou que informações de inteligência indicam que o programa nuclear do Irã sofreu “danos graves” após os ataques dos EUA realizados no último sábado (21). Segundo Ratcliffe, a agência “obteve um conjunto de provas críveis” que apontam a destruição de instalações nucleares iranianas, o que deve obrigar Teerã a reconstruí-las ao longo de vários anos.
A declaração do chefe da inteligência americana destaca que “várias instalações nucleares iranianas chave foram destruídas e teriam que ser reconstruídas no decorrer de anos”. Ainda de acordo com Ratcliffe, as informações provêm de uma “fonte/método historicamente confiável e preciso”. A CIA, segundo o diretor, “continua a coletar informações de origem confiável para manter as autoridades informadas” e garantiu que, sempre que possível, serão fornecidos novos dados à população, “dada a importância nacional deste assunto”.
A confirmação pública dos danos significativos contrasta com o suposto relatório confidencial da inteligência americana divulgado na terça-feira (24) pela imprensa dos Estados Unidos. Segundo reportagem do The New York Times, o documento preliminar do Pentágono avaliou que os bombardeios conduzidos por forças americanas e israelenses teriam atrasado o programa nuclear iraniano por apenas alguns meses. O texto afirma que os militares conseguiram selar acessos a dois centros nucleares, mas não destruíram as estruturas subterrâneas, permitindo que o Irã mantivesse boa parte de sua capacidade de enriquecimento de urânio. O relatório, que teria sido elaborado pela Agência de Inteligência de Defesa dos EUA (DIA), concluiu que o impacto das operações foi limitado, postergando o avanço nuclear por menos de seis meses.
Durante viagem à Holanda, onde participa da cúpula da Otan, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rejeitou o teor deste documento divulgado pela mídia e insistiu que os ataques impediram o Irã de retomar o enriquecimento de urânio no futuro próximo.
“Eles [iranianos] querem se recuperar. E não vamos permitir isso. Primeiro, militarmente, não vamos permitir”, declarou Trump. Ele também classificou o relatório como “muito inconclusivo” e afirmou que o programa nuclear do Irã foi submetido à “obliteração”.
Fonte: Gazeta