O Ministério das Relações Exteriores da Espanha convocou nesta quinta-feira (26) o encarregado de negócios da Embaixada de Israel em Madri para prestar esclarecimentos sobre o que classificou como um “comunicado inaceitável” divulgado pela representação israelense. O episódio ocorre após o governo espanhol pedir à União Europeia a suspensão do acordo de associação com Israel, sob a justificativa de “violações de direitos humanos” na Faixa de Gaza.
No comunicado, a Embaixada de Israel afirmou que o pedido do presidente do governo, Pedro Sánchez, é “moralmente indefensável” e acusou a Espanha de se posicionar “no lado errado da história” ao propor o rompimento do acordo. A nota diplomática ainda criticou o governo espanhol por adotar, segundo Israel, uma postura “cada vez mais isolada” em relação à política europeia para o Oriente Médio.
A convocação foi feita ao encarregado de negócios da embaixada, já que Israel não possui embaixador na Espanha desde maio de 2024. Na ocasião, o governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, decidiu retirar seu representante após Sánchez anunciar o reconhecimento do Estado da Palestina.
Esta é a terceira vez em pouco mais de um mês que o Ministério das Relações Exteriores espanhol convoca o representante israelense em Madri. No início de junho, o diplomata foi chamado após a interceptação da Flotilha da Liberdade, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Em maio, a convocação ocorreu após disparos das Forças de Defesa de Israel contra diplomatas que visitavam um campo de refugiados em Jenin, na Cisjordânia.
Fonte: Gazeta
