O advogado do senador colombiano Miguel Uribe Turbay, vítima de uma tentativa de assassinato no último dia 7, informou nesta terça-feira (24) que apresentou uma denúncia contra o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, perante a Comissão de Acusação da Câmara dos Deputados por “discursos de ódio” contra o senador e também pré-candidato presidencial para as eleições de 2026.
“Em nome da família de Miguel Uribe Turbay, apresentamos uma denúncia criminal na Comissão de Acusação contra o presidente Gustavo Petro, tudo isso no contexto de que, durante esses três anos, ele vem fazendo discursos estigmatizantes e de ódio contra Miguel Uribe Turbay”, declarou à imprensa o advogado Víctor Mosquera.
A defesa do senador afirmou que há mais de 43 publicações no X nas quais Petro “criou um ambiente hostil, discriminatório e de ódio contra Miguel Uribe”.
“Não estou relacionando isso diretamente com o atentado que ele sofreu, mas sim com ele ter gerado um ambiente que poderia ter levado a esse atentado”, acrescentou.
Mosquera afirmou que o presidente tem sido “absolutamente irresponsável” em suas acusações contra a oposição e citou como exemplo uma mensagem de 5 de junho, na qual Petro, em alusão a Uribe Turbay, escreveu: “Meu Deus, o neto de um presidente que ordenou a tortura de 10 mil colombianos falando em ruptura institucional”.
“Isso é absolutamente grave, gera ódio na população, polarização, e por isso estamos solicitando à Comissão de Acusações que investigue e determine se as condutas do presidente da República se enquadram em um discurso de ódio”, disse o advogado.
Uribe Turbay, de 39 anos, é neto do ex-presidente liberal Julio César Turbay e sua mãe, a jornalista Diana Turbay Quintero, foi sequestrada por narcotraficantes de Pablo Escobar e, após passar seis meses em cativeiro, foi assassinada em uma tentativa de resgate no início de 1991.
Após o atentado contra Uribe Turbay, aumentaram os pedidos por moderação no tom da discussão política, especialmente a Petro, acusado de ofender e ameaçar seus oponentes, um problema que cresceu com a insistência do presidente em convocar por decreto uma consulta popular para aprovar a reforma trabalhista.
“Pediram-me para moderar o tom e me comprometo a fazê-lo, mas moderar o tom não significa não dizer verdades”, declarou há duas semanas o presidente colombiano de esquerda.
Uribe Turbay, do partido de direita Centro Democrático, levou dois tiros na cabeça e outro na perna quando fazia um comício em Bogotá visando as eleições presidenciais de 2026.
Desde então, ele está internado em um hospital na capital colombiana em estado grave. As autoridades tentam encontrar os autores intelectuais do atentado.
Quatro pessoas foram detidas por participação neste caso, entre elas o atirador, um menor de 15 anos, e outros três suspeitos apontados como “coautores”.
Fonte: Gazeta
