O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, disse nesta segunda-feira (23) que os ataques dos EUA contra a usina subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordow, ao sul de Teerã, possivelmente causaram “danos muito significativos”.
“Dado o tipo de explosivos usado e a extrema sensibilidade das centrífugas às vibrações, espera-se que os danos tenham sido muito significativos”, disse o chefe da AIEA no início de uma reunião de emergência do Conselho de Governadores da agência da ONU, em Viena.
Grossi ressaltou que “há crateras visíveis” em Fordow, a principal usina de enriquecimento de urânio do Irã, o que ele descreveu como “consistente com as declarações dos EUA” sobre o assunto, embora tenha reconhecido que “neste momento, ninguém, incluindo a AIEA, está em condições de avaliar completamente os danos subterrâneos em Fordow”.
O chefe da AIEA pediu uma interrupção das agressões para que inspetores da agência consigam acessar as instalações nucleares e confirmar as consequências dos ataques. Ele confirmou que não há aumento de radiação em nenhum dos locais atingidos pelos EUA até o momento.
Sobre a instalação nuclear de Isfahan, o diretor-geral explicou que os EUA atacaram vários edifícios com mísseis de cruzeiro, incluindo “alguns relacionados ao processo de conversão de urânio”.
“Além disso, neste local, as entradas dos túneis usados para armazenamento de material enriquecido parecem ter sido impactadas”, acrescentou Grossi.
A grande usina de enriquecimento de urânio em Natanz, no centro do Irã, também foi atacada pelos EUA com bombas destruidoras de bunkers.
Fonte: Gazeta