A derrubada da jurisprudência federal do caso Roe vs. Wade completa três anos nesta terça-feira (24), mas o número de abortos nos Estados Unidos está aumentando devido à telemedicina, revelou um relatório divulgado nesta segunda-feira (23).
Segundo informações do The Wall Street Journal (WSJ), um documento do #WeCount, projeto de dados patrocinado pela Sociedade de Planejamento Familiar, uma organização pró-aborto, mostrou que ocorreram mais de 1,14 milhão de abortos nos Estados Unidos em 2024, em comparação com cerca de 1,06 milhão em 2023.
O relatório apontou que um em cada quatro abortos nos EUA foi realizado com drogas abortivas prescritas por telemedicina em 2024, sendo que em 2022 essa proporção havia sido de apenas 7%.
De acordo com o #WeCount, metade dos abortos por telemedicina no ano passado foi feita por mulheres que moravam em estados americanos onde o procedimento é mais restrito utilizando drogas prescritas por médicos que atuam em estados como Nova York e Massachusetts, que têm leis menos rígidas sobre a questão e protegem profissionais que ajudam a violar leis pró-vida de outros estados.
Em junho de 2022, a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou a jurisprudência federal do caso Roe vs. Wade, de 1973, que impedia os estados de proibirem o aborto até a viabilidade fetal. Agora, cada estado define como preferir as suas leis sobre o procedimento, o que fez estados governados pelos republicanos implementarem ou reativarem normas mais restritivas.
Porém, a questão de drogas abortivas prescritas por telemedicina segue indefinida nos tribunais americanos.
No ano passado, a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou por unanimidade um pedido para restringir o acesso à pílula abortiva mifepristona, ao afirmar que um grupo de médicos pró-vida que havia apresentado a ação na Justiça americana não tinha legitimidade legal para contestar as regulamentações da agência federal Administração sobre Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês) para a prescrição da pílula.
Porém, um processo que visa restringir a prescrição da droga por telemedicina segue tramitando na Justiça federal do Texas.
Fonte: Gazeta