No contexto da escalada do conflito entre Israel e Irã, o presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta quinta-feira (19) que o país islâmico “é um inimigo da Argentina” e que, se se tornar uma potência nuclear, o mundo estará “em apuros”.
“Dois atentados: AMIA e Embaixada de Israel. 114 (sic) mortos. O Irã é um inimigo da Argentina”, declarou Milei em entrevista ao canal LN+.
O mandatário se referiu aos atentados que a Argentina sofreu em 1992 contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, que deixou 22 mortos e 242 feridos, e em 1994 contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou um saldo de 85 mortos e mais de 300 feridos.
O grupo terrorista libanês Hezbollah, aliado do Irã, foi apontado por várias investigações como responsável por ambos os atentados, embora os casos continuem sem solução na Justiça argentina, que, além disso, mantém mandados de prisão contra vários ex-funcionários iranianos pelo ataque à mutualista judaica.
“Israel já nos salvou do Iraque em 1981; Israel nos salvou da Síria em 2007; e agora está fazendo isso novamente. Israel, digamos, está salvando a cultura ocidental”, afirmou Milei, que também disse que o país governado pelo premiê Benjamin Netanyahu “está fazendo o trabalho sujo que outros não fazem”.
“Israel é atacado pelos teocráticos porque querem fazê-lo desaparecer, e é atacado pela esquerda basicamente porque Israel, no fundo, é a base do sistema capitalista, a base moral do capitalismo na cultura judaico-cristã”, disse.
Milei, alinhado com a política de Israel e Estados Unidos, referiu-se ao premiê israelense como “meu querido amigo, Benjamin ‘Bibi’ Netanyahu” e disse que “o Irã é uma teocracia que quer exterminar a única democracia livre do Oriente Médio”.
Durante sua recente visita a Israel, Milei reafirmou sua intenção de transferir a Embaixada argentina para Jerusalém e disse que, no caso do conflito com o Hamas, a comunidade internacional inverteu “a categoria de vítima e agressor”.
Fonte: Gazeta