O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, advertiu neste sábado que a entrada dos Estados Unidos na guerra entre Israel e o país islâmico seria “muito perigosa para todos”.
“Infelizmente, ouvimos dizer que os Estados Unidos poderiam se juntar a essa agressão (contra o Irã). Isso seria muito infeliz e, acredito, muito, muito perigoso para todos”, disse Araqchi a jornalistas em Istambul, na Turquia, onde participa da 51ª cúpula da Organização para a Cooperação Islâmica.
Ele acrescentou que chegou à conclusão de que os EUA estavam cientes do ataque israelense desde o início, em 13 de junho, apenas dois dias antes da data prevista de uma rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano entre Washington e Teerã.
“Eles negaram, dizem que não estavam cientes, mas temos muitos indícios de que estavam cientes desde o início, e as postagens e declarações do presidente dos EUA (Donald Trump) deixam isso claro”, disse Araqchi, segundo a agência turca de notícias “Anadolu”.
Abbas Araqchi avaliou que Israel quis evitar com este ataque um acordo diplomático, mas ressaltou que o Irã continua “disposto a uma solução como a das negociações de 2015” com os EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha, o chamado grupo P5+1.
O ministro lembrou que “todo mundo comemorou aquele acordo alcançado após dois anos de negociações”, mas que foi rompido pelos Estados Unidos em 2018 durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump.
“Está claro que, enquanto os bombardeios contra nosso povo continuarem, não poderei ir às negociações”, observou Araqchi, que também defendeu o “direito legítimo de defesa” do Irã diante do ataque israelense.
Fonte: Gazeta