O ditador da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (20) estar preocupado com a possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial em razão da escalada dos conflitos no Oriente Médio. A declaração foi feita durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, onde o líder do regime russo abordou tanto a guerra na Ucrânia quanto a crescente tensão entre Israel e Irã.
Putin destacou que os acontecimentos recentes na região, como os ataques israelenses contra as instalações nucleares do Irã, aumentam o risco de uma guerra global.
“É preocupante… O que está acontecendo no Oriente Médio, e, claro, estamos muito preocupados com o que está ocorrendo nas instalações nucleares do Irã”, afirmou Putin.
O ditador russo ressaltou que seu país continua apoiando o direito iraniano ao que chamou de “uso pacífico da energia nuclear” e revelou que mantém técnicos russos trabalhando em reatores no país persa, mesmo diante do agravamento das tensões.
“Defendemos o direito do Irã ao átomo pacífico. Construímos um reator nuclear em Bushehr (no Irã) e, apesar da complexidade e do perigo, seguimos com esse trabalho. Não estamos evacuando nosso pessoal de lá”, completou.
Sobre o confronto em curso entre Israel e Irã, Putin declarou acreditar que ainda é possível encontrar uma solução negociada. Segundo ele, Moscou mantém contato “quase diário” com autoridades iranianas e também dialoga com representantes israelenses, oferecendo “ideias para evitar a escalada do conflito”.
“Não buscamos mediar, apenas propomos ideias. Se forem aceitas por ambos, ficaremos satisfeitos”, disse.
Durante o evento, Putin também abordou a guerra na Ucrânia, reafirmando sua visão sobre os laços entre russos e ucranianos e alertando para as consequências de uma possível escalada nuclear neste conflito.
“[…] Considero russos e ucranianos um só povo – na verdade, nesse sentido, toda a Ucrânia é nossa. […] Se a Ucrânia usar uma bomba nuclear, isso seria um erro colossal… talvez seu último erro… Sempre respondemos a todas as ameaças de maneira recíproca… Portanto, nossa resposta será muito dura e, provavelmente, catastrófica para o regime, e, infelizmente, para a própria Ucrânia. Espero que isso nunca aconteça”, afirmou.
Fonte: Gazeta