Forte aliado da ditadura de Vladimir Putin na América Latina, o regime comunista de Cuba já enviou milhares de soldados para atuar na invasão russa à Ucrânia. Segundo denúncias feitas por opositores exilados e confirmadas por parlamentares ucranianos, até 20 mil cubanos foram enviados pelo regime comunista de Havana para lutar ao lado das tropas russas desde o início da invasão, em 2022.
Este número foi revelado no mês de maio, em Miami, nos Estados Unidos, durante coletiva organizada pela Assembleia de Resistência Cubana (ARC), uma organização opositora.
A estimativa foi apresentada pelo parlamentar ucraniano Maryan Zablotsky, citando dados disponibilizados pela inteligência de seu país. “Este é um número impactante”, enfatizou o parlamentar. Zablotsky participou do evento de forma virtual do evento e destacou a gravidade da situação e a participação direta do regime cubano no recrutamento dos soldados para fortalecer Putin.
De acordo com dados da Direção Geral de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, divulgados na coletiva, entre junho de 2023 e fevereiro de 2024 foram identificados pelo menos 1.028 mercenários cubanos com contratos firmados com as Forças Armadas da Rússia.
Desse total, as autoridades ucranianas calculam que cerca de 40% foram enviados diretamente pelo regime de Havana, incluindo membros de forças especiais que possuem passaporte cubano – um documento difícil de ser obtido no atual contexto político da ilha.
O restante dos combatentes cubanos chega à Rússia por meio de esquemas promovidos pelo regime castrista, que envolvem corrupção, coerção ou engano. De acordo com as denúncias, muitos desses cubanos são atraídos também pela forte propaganda russa em curso no país, que promete vagas de trabalho para que atuem como operários, seguranças ou trabalhadores da construção civil em solo russo, com salários entre 2.000 e 2.500 dólares. No entanto, ao desembarcarem no país de Putin, eles de fato descobrem que foram enganados e são forçados a se alistar nas forças armadas do regime do Kremlin, sem possibilidade de retorno ao seu país natal.
Orlando Gutiérrez, coordenador da Assembleia de Resistência Cubana, reforçou que Havana recebe benefícios financeiros com esse esquema.
“O regime comunista de Cuba recebe um bônus. Ele recebe um bônus (em dinheiro da Rússia) por cada cubano que vai a lutar sob ordens russas na Ucrânia”, afirmou Gutiérrez.
Ainda segundo Gutiérrez, os cubanos enviados para a linha de frente do conflito na Ucrânia têm entre 20 e 60 anos e muitos morrem rapidamente em combate, enquanto outros ficam com sequelas graves. Ele também denunciou que há evidências de que mulheres cubanas estariam sendo recrutadas e enviadas para lutar na guerra, “a favor do imperialismo russo”.
Primeiras evidências de envolvimento cubano surgiram em 2023
As primeiras evidências concretas da participação de cubanos na guerra da Ucrânia surgiram em 2023, quando as autoridades ucranianas identificaram 259 combatentes com passaporte cubano lutando pelo lado russo e capturaram um prisioneiro de guerra originário da ilha. Desde então, estima-se que entre 200 e 300 cubanos recrutados já tenham morrido no conflito.
Fonte: Gazeta