No sétimo dia de conflito, um míssil balístico do Irã atingiu o principal hospital do sul de Israel na manhã desta quinta-feira (19). O alvo foi o Soroka, hospital com mil leitos que atende a região de Beersheba, onde vivem cerca de 1 milhão de pessoas.
A instalação foi seriamente danificada, mas os ferimentos registrados foram poucos, graças à transferência prévia dos pacientes para uma área de bunker mais protegida, recurso presente em todos os grandes centros médicos de Israel. Ao todo, os serviços de emergência contabilizaram 76 feridos durante a noite, seis deles em estado grave.
Antes do ataque ao hospital, Israel já havia realizado novas ofensivas contra a infraestrutura nuclear iraniana, atingindo instalações em quatro cidades: Natanz, Isfahan, Bushehr e Arak. O alvo em Arak foi um reator de água pesada, usado na produção de plutônio — material mais eficiente para a fabricação de ogivas nucleares do que o urânio, por exigir menor massa. Segundo aAgência Internacional de Energia Atômica ainda não havia material radioativo no local, que segue em construção.
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Expectativa é pela decisão de Trump sobre participação dos EUA
Os ataques dos dois lados seguem sem trégua, enquanto se aguarda a decisão do presidente Donald Trump sobre uma eventual entrada dos EUA no conflito ao lado de Tel Aviv. O governo do premiê Binyamin Netanyahu não esconde a intenção de derrubar o regime teocrático liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, embora haja incertezas sobre a viabilidade e as consequências de tal movimento. Nesta quinta, Netanyahu declarou que “os tiranos irão pagar o preço total” pela retaliação aos ataques iniciados por Israel na sexta-feira (13), que eliminaram parte da cúpula militar iraniana e enfraqueceram suas defesas.
O ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o objetivo da operação é eliminar ameaças ao país e “desestabilizar os aiatolás”. “Ali Khamenei, será responsabilizado”, acrescentou Katz. Pelo menos na primeira frente, Israel vem operando com ampla liberdade no espaço aéreo iraniano, demonstrando o poder de uma Força Aérea eficiente na guerra moderna.
Apesar do sucesso nas ações em superfície, a destruição de alvos subterrâneos permanece como um desafio — e é justamente aí que a eventual participação americana pode ser decisiva. Para atingir bunkers localizados a dezenas de metros de profundidade, seria necessária a utilização da GBU-57, conhecida como MOP (Penetrador de Munição Maciça), atualmente restrita a bombardeiros furtivos B-2 dos EUA. Analistas discutem a possibilidade de adaptar a bomba para lançamento por aviões de transporte C-130 Hércules da Força Aérea israelense, caso Washington decida fornecer o armamento — embora existam dúvidas sobre a precisão de um ataque com esse tipo de adaptação.
Fonte: Gazeta