O porta-voz da Presidência da Argentina, Manuel Adorni, afirmou nesta quarta-feira (18) que o governo detectou um grupo de cidadãos russos que “estariam realizando tarefas suspeitas em favor dos interesses geopolíticos da Rússia, em estreita colaboração com cidadãos argentinos” no país.
A investigação da Secretaria de Inteligência do Estado (Side) revelou a existência de uma entidade relacionada ao governo de Vladimir Putin chamada “La Compañía”, revelou Adorni em entrevista coletiva.
Essa entidade teria como objetivo “formar um grupo de pessoas leais aos interesses da Rússia para desenvolver campanhas de desinformação e influência contra o Estado argentino”, por meio da criação e divulgação de conteúdos nas redes sociais, influência sobre ONGs locais e obtenção de informações políticas, entre outras tarefas.
A Side também detectou que essa organização estaria ligada ao chamado “Projeto Lahkta”, liderado pelo falecido oligarca russo Yevgeniy Prigozhin, fundador do Grupo Wagner, uma empresa de mercenários russos.
Prigozhin morreu em 2023 em uma queda de avião dois meses depois de liderar uma revolta contra comandantes russos na Ucrânia, após discordar de como Putin e as Forças Armadas estavam conduzindo a guerra após a invasão do país vizinho.
O líder da “La Compañía” foi identificado como Lev Konstantinovich Andriashvili, um russo radicado na Argentina e acusado de ser o responsável por receber o financiamento e promover vínculos com colaboradores locais.
Adorni destacou que a Argentina “não será submetida à influência de nenhuma outra nação” e afirmou que “a segurança dos argentinos não é uma questão secundária”. O governo russo ainda não se pronunciou sobre as acusações do governo Milei.
Fonte: Gazeta