O comandante da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC), Hossein Salami, foi eliminado por Israel durante ataque aéreo realizado nas primeiras horas desta sexta-feira (13, horário local). Salami comandava a IRGC desde 2019.
A morte de Salami foi confirmada pela mídia estatal iraniana, que afirmou que ele “foi martirizado em um ataque realizado pelo regime sionista nas primeiras horas da sexta-feira”.
O jornal The New York Times informou que o ataque israelense atingiu seis bases nos arredores de Teerã, além de complexos residenciais onde vivem altos comandantes do regime iraniano. Segundo a publicação, a ação indica que Israel pode estar promovendo “eliminações seletivas” contra a liderança do programa nuclear do Irã.
Israel realizou no final desta quinta-feira (12) – sexta-feira (13), no horário local -, uma série de bombardeios contra alvos nucleares no Irã.
Segundo informações do jornal The Times of Israel, o governo israelense declarou estado de emergência em todo o país devido à operação. As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmam que o ataque é “preventivo” e necessário porque o Irã teria urânio enriquecido suficiente para construir várias bombas em poucos dias.
Além de Hossein, o governo de Israel acredita que o chefe das Forças Armadas e do Estado-Maior do Irã, Mohammad Bagheri, e outros integrantes do alto escalão militar, bem como cientistas nucleares seniores também foram eliminados nos ataques iniciais contra o país islâmico.
Quem era Hossein Salami
Salami era considerado um dos grandes nomes do establishment militar iraniano. Nascido em 1960 na província de Golpayegan, ainda na era do Estado Imperial Iraniano, Salami construiu toda sua trajetória no seio da Revolução Islâmica e se notabilizou por seu papel de comando e influência no desenvolvimento do programa de defesa do regime islâmico.
Graduado em engenharia aeroespacial e mestre em gestão e defesa pela Universidade de Ciência e Tecnologia do Irã, Salami ingressou na Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) ainda jovem, durante a guerra Irã-Iraque, na década de 1980. O conflito serviu como escola para sua formação como líder militar e consolidou sua reputação entre a cúpula do regime islâmico.
Ao longo dos anos, Salami ocupou posições-chave dentro da IRGC, incluindo o comando da Força Aeroespacial, onde liderou projetos de mísseis e sistemas de defesa estratégica. Em abril de 2019, foi nomeado comandante-chefe da Guarda Revolucionária pelo aiatolá Ali Khamenei, tornando-se o principal responsável pela defesa do regime e pelo direcionamento das operações externas do Irã.
Reconhecido pelo discurso firme contra Estados Unidos e Israel, Salami defendia uma postura de confronto e resistiu abertamente às sanções internacionais. Sob sua liderança, a Guarda Revolucionária intensificou o apoio a grupos terroristas aliados do Irã como Hezbollah, Hamas e Houthis, além de expandir sua presença em conflitos regionais.
Nesta quinta-feira, Salami tinha afirmado que o Irã estava “preparado para uma guerra em qualquer nível” e responderia a “qualquer agressão”.
“O inimigo às vezes nos ameaça com ações militares. Sempre dissemos — e repetimos agora — que estamos totalmente preparados para qualquer cenário, sob qualquer circunstância”, disse Salami em um evento em Teerã, informou a agência de notícias iraniana IRNA.
O chefe da força militar de elite afirmou que as Forças Armadas iranianas estão “preparadas para a guerra em qualquer nível” e sustentou que, se Israel atacasse, não terá que enfrentar os “palestinos sitiados e indefesos de Gaza”.
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Fonte: Gazeta