Pelo menos duas pessoas morreram e outras 36 ficaram feridas nesta terça-feira (10) em três explosões de bombas em delegacias de polícia na cidade de Cali, capital do departamento de Valle del Cauca, no sudoeste da Colômbia, segundo informaram as autoridades locais.
Um relatório do Ministério da Saúde indicou que 36 pessoas foram atendidas por equipes de emergência médica, entre elas, três menores de idade e duas pessoas que faleceram devido à gravidade dos ferimentos.
Dos 36 feridos, 22 foram encaminhados para diferentes hospitais e clínicas da cidade.
“Dada a magnitude dos eventos, o Ministério da Saúde emitiu um alerta hospitalar para toda a rede pública e privada da cidade, acionando bancos de sangue e transporte especial de pacientes, com o objetivo de garantir o atendimento adequado aos afetados”, acrescentou o relatório.
Uma das bombas, aparentemente acoplada a uma motocicleta, foi detonada no bairro de Meléndez, outra em Manuela Beltrán e uma terceira no setor de Los Mangos.
“Querem nos mandar de volta para 1989. Não permitiremos. Viva a Colômbia!”, escreveu o prefeito de Cali, Alejandro Eder, em sua conta no X, em alusão ao ano em que o terrorismo dos cartéis de drogas causou um banho de sangue no país.
Nas primeiras imagens dos ataques, várias pessoas são vistas caídas na rua enquanto outros transeuntes e policiais tentam ajudá-las. As autoridades também relataram outra explosão em Jamundí, município próximo a Cali.
“Os donos do caos e do terror pretendem desestabilizar o Valle del Cauca”, disse a governadora do departamento, Dilian Francisca Toro.
Os ataques ocorreram um dia antes da visita a Cali do presidente colombiano, Gustavo Petro, para participar de uma mobilização popular convocada por sindicatos em apoio à consulta popular que o governante planeja convocar por decreto para aprovar sua reforma trabalhista, diante dos reveses no Senado.
A visita ocorrerá em um momento de tensão política devido à sua insistência em convocar a consulta, que a oposição classifica como ilegal, e após o atentado que feriu gravemente o senador e pré-candidato à presidência Miguel Uribe Turbay, do partido de direita Centro Democrático.
“Senhor presidente Gustavo Petro, aproveitando sua presença amanhã na cidade de Cali, peço que convoque um Conselho de Segurança para todo o sudoeste do país, diante da atual escalada terrorista que vivemos, e que implemente as ações integrais que devem ser tomadas para garantir a segurança e a tranquilidade de nossos cidadãos”, acrescentou a governadora.
Além dos ataques em Cali, dois carros-bomba foram detonados no departamento vizinho de Cauca, nos municípios de El Bordo e Corinto, sem deixar vítimas, mas causando danos materiais. Na cidade de Caloto, um policial foi morto por um franco-atirador.
Outra explosão atingiu pouco depois uma cabine de pedágio em Villa Rica, também município de Cauca, localizado na Rodovia Pan-Americana, a 20 quilômetros de Cali.
O Exército colombiano atribuiu os vários ataques aos dissidentes das Farc liderados por Néstor Gregorio Vera, conhecido como Iván Mordisco, que têm forte presença no sudoeste do país.
“Toda a minha solidariedade a Cali, Valle del Cauca e toda a região do Pacífico. Hoje o país acordou sob ameaça. Várias explosões, pessoas feridas e muito medo e incerteza. É hora de todos nós que acreditamos na paz e na democracia nos unirmos para defender este país”, declarou o prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, em sua conta no X.
O prefeito de Bogotá acrescentou que, diante do aumento da violência, “nada é mais urgente” no país “do que restaurar a segurança dos colombianos”.
“Expressamos nosso absoluto apoio à polícia, que tem sido alvo direto desses ataques covardes, e reiteramos nosso compromisso inabalável com a defesa e a segurança de nossos cidadãos”, declarou a Terceira Divisão do Exército, que tem jurisdição naquela área.
Fonte: Gazeta