O principal negociador da Rússia e assessor do ditador Vladimir Putin, Vladimir Medinsky, advertiu nesta segunda-feira (9) que uma recusa da Ucrânia em ceder territórios ocupados pode levar a uma “guerra nuclear” e ao “fim do mundo”.
A declaração foi feita durante entrevista à emissora estatal russa RT, e intensifica a pressão do Kremlin para que Kiev aceite um acordo de paz baseado no reconhecimento das anexações realizadas por Moscou desde 2022.
Durante a entrevista, Medinsky afirmou que um cessar-fogo “superficial”, sem um acordo de paz definitivo, apenas adiaria um conflito ainda maior.
“Se pararmos o conflito na linha de frente e não chegarmos a uma paz real, apenas concluirmos algum tipo de trégua… então essa região vai se transformar em um enorme Karabakh (referência à região de Nagorno-Karabakh, alvo de disputa entre Armênia e Azerbaijão). Com o tempo, a Ucrânia, junto com a Otan, tentará recuperar o território e isso será o fim do planeta, será uma guerra nuclear”, declarou o assessor.
Medinsky ressaltou que o regime russo não deseja criar um “pretexto” para uma escalada global.
“Não queremos que seja criado um pretexto – um gigantesco Karabakh, não reconhecido por ninguém – por causa do qual uma guerra nuclear possa começar. Portanto, queremos parar, concluir uma paz plena e reconhecer os novos territórios”, reforçou o negociador.
A fala ocorre em meio à intensificação dos esforços diplomáticos do Kremlin para consolidar as conquistas territoriais desde a invasão em larga escala iniciada em fevereiro de 2022 contra a Ucrânia. O ditador Putin exige que a Ucrânia reconheça formalmente a posse das quatro regiões que a Rússia anexou ilegalmente durante a invasão, mesmo sem ter controle total sobre elas.
Fonte: Gazeta