A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou, entre sábado (5) e domingo (6), três aeronaves que violaram áreas de exclusão aérea durante a 17ª Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro. A operação faz parte do esquema de segurança intensificado devido à presença de chefes de Estado e governo de mais de 20 países.
Duas aeronaves foram abordadas por caças A-29 Super Tucano para checagem de dados de voo e autorizações. Segundo a FAB, ambas obedeceram às orientações e deixaram a zona restrita sob escolta. A terceira ocorrência envolveu um helicóptero que fazia tráfego irregular e, ao ser interceptado visualmente por um caça, abandonou a área restrita e pousou em um local isolado. A posição da aeronave foi informada às forças de segurança em terra.
As restrições fazem parte de uma operação conjunta liderada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), que incluiu a ativação de áreas de exclusão de até 150 km ao redor do Museu de Arte Moderna (MAM), sede da cúpula. Nessas zonas, estão proibidos voos de instrução, acrobáticos, agrícolas, turísticos, drones e parapentes.
Durante toda a operação, uma aeronave E-99 garantiu a vigilância eletrônica e o controle do tráfego aéreo, enquanto caças F-5M armados com mísseis patrulhavam a região. A inclusão de mísseis reais no monitoramento aéreo é uma novidade adotada pela FAB, com o objetivo de reduzir o tempo de reação diante de possíveis ameaças.
A operação de segurança aérea durante a Cúpula do Brics segue o mesmo protocolo empregado durante o G20 e conta com apoio de snipers, bloqueios terrestres e suspensão temporária do tráfego aéreo no aeroporto Santos Dumont, que ficará fechado nos dias de programação principal. Os voos comerciais serão redirecionados ao aeroporto internacional do Galeão.
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Como mostrado pela Gazeta do Povo, a FAB chegou até mesmo a reduzir a operação de aviões utilizados para o transporte de ministros e autoridades por falta de dinheiro. Atualmente apenas três dos dez aviões para uso oficial seguem em operação. Os demais estão parados por falta de combustível e de manutenção.
Em nota, a Força Aérea informou que “as restrições orçamentárias ora enfrentadas impactam não apenas o reabastecimento das aeronaves, mas todo o ciclo de operação e manutenção da frota”.
Ainda segundo a FAB, esses efeitos “incluem limitações na aquisição de lubrificantes, peças de reposição e na realização de reparos em motores, o que compromete a plena disponibilidade dos meios, trazendo dificuldades ao cumprimento da missão”.
Fonte: Gazeta