O boxeador mexicano Julio César Chávez Jr., ex-campeão mundial dos médios que está detido nos Estados Unidos, aparentemente espancava membros do Cartel de Sinaloa, segundo uma investigação do Ministério Público do México revelada nesta sexta-feira pelo jornal “Reforma”.
De acordo com as informações obtidas pelo jornal mexicano, Chávez Jr. é descrito como um “capanga” de Néstor Ernesto Pérez Salas, “el Nini”, um dos chefes do cartel.
Aparentemente, “el Nini” ordenava ao filho de Julio César Chávez, lenda do boxe mexicano, que usasse como sacos de pancadas os subordinados que cometessem erros que pudessem deixá-los em evidência.
A acusação do Ministério Público baseia-se em duas ligações telefônicas de supostos narcotraficantes e em registros migratórios compartilhados pelos Estados Unidos e após ele ter sido detido por dirigir sob efeito de álcool.
Em 21 de novembro de 2019, o adido adjunto do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário dos Estados Unidos (ICE) e do Escritório de Investigação de Segurança Nacional (HSI) da Embaixada dos Estados Unidos apresentou uma denúncia ao Ministério Público mexicano por tráfico de armas.
Por causa dessa denúncia, o Ministério Público Especializado em Crimes Organizados grampeou os telefones de vários suspeitos de 11 de dezembro de 2021 a 11 de junho de 2022.
Foi nesse período que eles contaram que um dos membros do cartel levou uma namorada para um esconderijo onde havia pessoas sequestradas e um depósito com armas. Lá, ela viu “el Nini” ordenar que um subordinado fosse amarrado e pendurado como um saco de pancadas para que Chávez Jr. o espancasse.
Chávez Jr., de 39 anos, foi preso na última quinta-feira nos Estados Unidos e será deportado para o México.
O governo americano o acusa de ter ligações com o Cartel de Sinaloa, além de não ter documentos para permanecer legalmente no país.
Chávez Jr. entrou legalmente nos Estados Unidos em agosto de 2023 com um visto válido até fevereiro de 2024.
Dois meses após o término de seu visto, ele solicitou residência permanente no país, alegando ser casado com uma cidadã americana.
Sua parceira também está ligada ao Cartel de Sinaloa por ter tido um relacionamento amoroso anterior com um filho, já falecido, do conhecido líder dessa organização de narcotraficantes, Joaquín “El Chapo” Guzmán.
Apesar de em dezembro de 2024 ter sido declarado “uma grave ameaça à segurança pública” do país, no final as autoridades americanas determinaram que o caso do boxeador mexicano não era prioritário e ele não foi preso naquele momento.
No entanto, após “múltiplas declarações fraudulentas” em seu pedido para se tornar residente permanente, foi iniciado um processo pelo qual ele será deportado para o México.
A detenção do boxeador mexicano ocorreu depois que, no último sábado, o pugilista, de 39 anos e longe da melhor forma, perdeu uma luta para o youtuber Jake Paul.
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Fonte: Gazeta