O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou nesta quarta (2) que a Argentina vem se destacando entre os países do Cone Sul pelo controle da inflação, ao sair de um quadro de “quase hiperinflação” que vinha ocorrendo nos últimos anos antes da posse de Javier Milei na presidência.
Embora não tenha feito menção explícita ao líder argentino, que é um desafeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad reconheceu que a economia do país vizinho está caminhando.
“A questão do controle da inflação pelo qual todo o Cone Sul está patrocinando, a começar pela Argentina que sai de um quadro mais grave de quase hiperinflação e vem buscando melhorar a sua performance”, disse Haddad em Buenos Aires, na Argentina, após uma reunião com ministros da Economia dos países do Mercosul.
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Haddad se reuniu com o ministro Luis Caputo, da Economia do governo Milei, como parte dos encontros bilaterais da cúpula que passará o comando temporário do Mercosul para o Brasil. Entre os objetivos está a concretização do acordo com a União Europeia que, segundo o ministro, está caminhando com o aval de todos os países participantes do Mercosul – inclusive da própria Argentina, que já ameaçou abandonar.
O ministro brasileiro ainda citou que pretende reforçar a integração com a Argentina – principal parceiro comercial do continente – principalmente em relação ao próprio fluxo bilateral, turismo, padrões sanitários e monetários, entre outros.
“Recebemos uma provocação da Argentina na conversa bilateral de padronização da regulação de produtos industrializados e também dos padrões sanitários. […] Falei, na presença do presidente do Banco Central da Argentina, de que as moedas locais podem funcionar melhor no comércio bilateral. É muito burocrática a nossa relação ainda, não só em termos de aduana, mas em procedimentos administrativos que dificultam o intercâmbio entre os países”, completou.
Fernando Haddad se disse surpreso pelo ambiente favorável e amigável das conversas tanto com o seu homólogo argentino como com os demais ministros dos outros países do Mercosul.
A visita da comitiva brasileira à Argentina, no entanto, não deve contar com um encontro bilateral entre Lula e Milei, que trocam farpas desde a campanha eleitoral argentina. Por outro lado, o presidente brasileiro manifestou a intenção de visitar a ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar por corrupção e fraude.
O encontro foi autorizado pela Justiça argentina e deve ocorrer nesta quinta-feira (3).
Fonte: Gazeta