O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, voltou a fazer uma aparição pública nesta quinta-feira (26) após passar quase uma semana sem dar sinal de vida, o que gerou uma onda de preocupação e vários questionamentos de autoridades e da própria população sobre seu paradeiro e saúde, em meio à maior crise recente do país.
Nesta quinta-feira, dias depois de seu último pronunciamento via redes sociais no dia 22, Khamenei voltou a falar por meio da agência estatal iraniana, mas sem dar detalhes de sua atual situação.
“Apesar de todo esse barulho e de todas essas alegações, o regime sionista quase entrou em colapso e foi esmagado pelos golpes da República Islâmica”, disse ele, em comentários à agência de notícias IRNA, vinculada ao regime. Apesar da tentativa de declarar vitória, os ataques israelenses e americanos das últimas semanas mostraram que sua força interna (no Irã) e regional foi fortemente atingida.
Os programas televisivos iranianos têm recebido uma enxurrada de perguntas sobre a autoridade máxima do país, mas recebem apenas respostas discretas das autoridades entrevistadas.
Em um caso recente após os ataques dos Estados Unidos, o chefe do escritório de arquivos de Khamenei, Mehdi Fazaeli, respondeu que as pessoas deveriam “rezar” pelo líder supremo, que está sendo protegido por pessoas responsáveis por sua segurança.
De acordo com as poucas informações divulgadas por seu regime, Khamenei está abrigado em um bunker desde o início dos ataques de Israel em solo iraniano e não faz uso de comunicação eletrônica para evitar tentativas de assassinato, como ocorreu com o Hezbollah no ano passado, no caso dos “pagers explosivos”. O grupo é um dos braços terroristas financiados por Teerã.
Segundo o The New York Times, a ausência de Khamenei tem incomodado todos os setores da sociedade iraniana, desde políticos até o público em geral, pois não se sabe até que ponto é ele mesmo que continua transmitindo as ordens para decisões militares contra os países considerados inimigos e se ele está acompanhando diariamente a situação nacional.
Essa ausência tem provocado uma crescente falta de confiança dentro do próprio país em meio à crise mais forte que atingiu Teerã nos últimos anos.
Fonte: Gazeta